Volume 14 - 2009 Editores: Giovanni Torello e Walmor J. Piccinini |
Julho de 2009 - Vol.14 - Nº 7 História da Psiquiatria CAROL SONENREICH (1923) Walmor J. Piccinini Walmor J. Piccinini
Psiquiatria online pesquisa a história e registra acontecimentos do passado e do presente. Resolvemos abrir espaço para pessoas importantes na história da psiquiatria brasileira e as escolhas não obedecem a nenhuma ordem estabelecida, são escolhas pessoais minhas. Pensei dar o título de Grandes Psiquiatras Brasileiros a essa série que iniciamos com o Professor Carol Sonenreich. O primeiro
detalhe a ser esclarecido é como um cidadão romeno de nascimento veio se tornar
um grande psiquiatra brasileiro. Nascido em 1923, formado em medicina pela
Faculdade de Medicina de Bucareste em 1949, veio ao Brasil para passear e foi
ficando, ficando e nunca mais retornou a Romênia. Chegou a São Paulo em 1960,
segundo suas palavras, trabalhou na Clínica Tremembé e em 1962 na Faculdade de Medicina
do Recife pode revalidar seu diploma de médico. Na curta estada, de seis meses,
em Recife, conheceu o Professor José Lucena e alguns dos seus alunos, entre
eles Luiz Salvador e Othon Bastos. Seu primeiro artigo publicado no Brasil foi
na revista de Neurobiologia de Recife:(Sonenreich, Carol and Góes,
J. F. Maconha e distúrbios psíquicos. Rev. Neurobiologia, Recife. 1962; 25(1):
69-91). Voltou a São Paulo, fez seu registro no
CREMESP e foi a luta em busca de trabalho. No final de 1963, aos 40 anos de
idade, tornou-se médico de Hospital dos Servidores do Estado de São Paulo e ali
construiu sua carreira e tornou-se um formador de psiquiatras. No início dos anos
Discretamente, num trabalho consistente, o Professor Sonenreich foi construindo seu espaço e sua liderança nesse ambiente psiquiátrico. A força da psiquiatria do interior paulista ainda não tinha aparecido. A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto estava nas suas primeiras turmas e seu professor era um psicanalista chileno, Hernan Davanzo Corte. A Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp só começou a funcionar em 1963. Abrindo um parêntese sobre as Escolas Médicas, que hoje em dia proliferaram como cogumelo na floresta, naqueles anos tudo era mais difícil e complicado. O Estado de São Paulo com a Lei 161 de 1948 decidira interiorizar a Medicina propondo a abertura de várias faculdades de medicina pelo interior. Levou algum tempo, mas aos poucos foram surgindo as novas Escolas Médicas. A de Ribeirão Preto recebeu autorização de funcionamento em 1951 e iniciou suas aulas em 1952. A Faculdade de Ciências Médicas de Campinas formou sua primeira turma em 1968. Hoje todos reconhecem a qualidade do ensino ministrado nessas escolas, mas nem sempre vejo reconhecido o nome do grande bandeirante do ensino médico, o Professor Zeferino Vaz. Ele esteve à testa da Medicina de Ribeirão Preto (1952-64) e da Unicamp de 21.12.66 a 15.04.78. (Segundo o Cremesp, até 2004 existiam 26 Faculdades de Medicina no Estado de São Paulo. Duas novas aguardavam parecer do MEC) (http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Jornal&id=480) Pode-se imaginar o ambiente efervescente dos anos 60 e da falta de psiquiatras para suprir a demanda. Foi ai que surgiu a oportunidade do Professor Carol ser contratado pelo Hospital dos Servidores. O responsável pela psiquiatria era o Professor Clóvis Martins, homem culto, ativo, primeiro diretor e fundador da Revista Brasileira de Psiquiatria, professor da USP. Temperamental, atritava-se com facilidade e se demitia. Isso aconteceu no hospital do servidor. Com o pedido de demissão do Professor Clóvis Martins, o Professor Carol que era seu substituto, subitamente foi chamado a dirigir a Psiquiatria do HSPE e lá permaneceu por 31 anos. Seu substituto é o Dr. Giordano Estevão que esteve ao seu lado em boa parte dessa caminhada e tem vários artigos publicados em parceria. Sobre a psiquiatria dos servidores, encontramos em sua página o seguinte texto: “O Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) é uma autarquia ligada à Secretaria Estadual de Gestão Pública cujo principal objetivo é prestar atendimento médico aos funcionários públicos estaduais, seus dependentes e agregados. O Instituto possui três departamentos que são: o Hospital do Servidor Público Estadual "Francisco Morato de Oliveira" (HSPE-FMO), o Departamento de Administração e o Departamento de Convênios e Assistência Médica (Decam), que coordena 18 Centros de Assistência Médica Ambulatorial (Ceamas) espalhados pelas principais cidades do interior paulista, além de centenas de convênios com importantes hospitais, clínicas e laboratórios, que atendem aos funcionários dentro de suas próprias regiões. O Hospital do Servidor foi inaugurado em 9 de julho de 1961, na capital, completando 47 anos de existência em 2008. Desde que foi criado passou por mudanças estruturais até chegar no modelo atual que é o Iamspe. É mantido pelo desconto de 2%, em holerite do funcionalismo público estadual, oferece um sistema de saúde de alta, média e baixa complexidade e de baixo custo aos seus usuários”. “A equipe de médicos da Psiquiatria atende consultas no ambulatório e pronto-socorro. Sua enfermaria, localizada no 2º andar, ala ímpar, do HSPE, a dispõe de recreação com TV e jogos e uma sala para o refeitório, cujo espaço é usado, também, para a terapia ocupacional. No Hospital-Dia os pacientes passam o dia, tomam a medicação, fazem terapia, e ainda, realizam trabalhos manuais na Oficina Abrigada. No final do dia, retornam para o convívio dos familiares em suas casas. A Psiquiatria vem se destacando, também, na área de pesquisa clínica, e muitos de seus trabalhos teóricos são publicados na revista Temas, editada pelo Serviço há quase três décadas.” Dr. Giordano Estevão Diretor Responsável Carreira Acadêmica A atividade de
ensino do Professor Carol Sonenreich esteve basicamente dedicada à formação de
psiquiatras no Hospital dos Servidores. Nos seus 31 anos dedicados ao ensino,
teria participado da formação de cerca de 150 psiquiatras e um sem número de
estagiários. Em 1971 defendeu tese de doutoramento n USP (Sonenreich, Carol. Contribuição para o estudo da
Etiologia do Alcoolismo. Doutorado, Tese. Fac. Med. USP. 1971.) Lecionou em Santos e foi
convidado para ser professor titular na recém criada Faculdade de Medicina de
Botucatu. Não desejando sair de São Paulo desistiu da idéia. Notamos um grande
orgulho seu que uma ex-aluna e grande colaboradora, a Professora Florence
Kerr-Corrêa, se tornou professora titular no departamento de psiquiatria de
Botucatu. A
carreira do Professor Carol, começou na maturidade. Com 39 anos revalidou seu
título de médico, publicou seu primeiro trabalho, no Brasil, pelo menos. Aos 48
anos defendeu a tese de doutoramento e a partir daí seus trabalhos que estavam
mais na esfera psicofarmacológica, passaram a centrar-se no exame da psiquiatria
como especialidade médica, passou a formular idéias sobre esquizofrenia, sobre
diagnóstico e sobre psicopatologia em geral. A seguir relacionamos algumas das suas publicações registradas no Índice Bibliográfico Brasileiro de Psiquiatria. 1. Sonenreich,
Carol and Góes, J. F. Maconha e distúrbios psíquicos. Rev. Neurobiologia, Recife.
1962; 25(1): 69-91. 2. Sonenreich, Carol. Problemas de Psiquiatria.
Capítulos abertos. São Paulo. Edanee. 1964. 3. Sonenreich, Carol and Góes, J. F. Delírio e
Neurolépticos. Rev. O Hospital. 1965; 67:1085. 4. Sonenreich, Carol, Correa,
Reynaldo S. and Martins, Clóvis. Metronidazole in the management of alcoholism.
O Hospital. 1968; 74(5): 1453-70. 5. Sonenreich,
Carol and Martins, Clóvis. Ensaio terapêutico com um novo antidepressivo: RO 46270 (limbitrol).
Rev. O Hospital. 1968; 73 (1): 159-163. 6. Sonenreich, Carol. Contribuição para o estudo
da Etiologia do Alcoolismo. Doutorado, Tese. Fac.Med. USP. 1971. 7. Sonenreich, Carol. Estudos sobre Histeria/
diagnóstico de Histeria. São Paulo. IAMSPE III, 1971. 1971. 8. Sonenreich, Carol and
Moreno, M.A.A. Considerações sobre a frigidez. R. Temas S.P. 1971; 2(1): 28-51. 9. Moreno, M. A. A.; Navarro, M. P; Bassitt,
Wiliam; Ramadam, Zacarias B. A.; Bertolote, José M., and Sonenreich, Carol.
Algumas reflexões iniciais sobre a pesquisa psicofarmacológica. Simpósio sobre
Terapêuticas Psiquiátricas e suas Associações. R. Temas, SP. 1972; 11(3/4): 27-29. 10. Moreno, M. A. A.; Navarro, M. P.; Bassitt,
Wiliam; Ramadam, Zacaria B. A.; Bertolote, José M., and Sonenreich, Carol.
Classificação dos psicofármacos - aspectos críticos. R. Temas, SP. 1972; 11(3/4): 9-16. 11. Moreno, M. A. A.; Navarro, M. P; Bassitt,
Wiliam; Ramadam, Zacaria B. A.; Bertolote, José M., and Sonenreich, Carol.
Métodos em Psicofarmacologia - Necessidade de uma aceitação teórica. Simpósio
sobre Terapêuticas Psiquiátricas e suas Associações. R. Temas, SP. 1972;
11(3/4): 5-8. 12. Moreno, M. A. A.; Navarro, M. P.; Bassitt,
Wiliam; Ramadam, Zacaria B. A.; Bertolote, José M., and Sonenreich, Carol.
Psicoterapia e psicofarmacologia. R. Temas, SP. 1972; 11(3/4): 22-26. 13. Moreno, M. A. A.; Navarro, M. P.; Bassitt,
Wiliam; Ramadam, Zacaria B. A.; Bertolote, José M., and Sonenreich, Carol. Terapias
biológicas e psicofarmacológicas. R. Temas, S.P.1972; 11(3-4): 17-21. 14. Sonenreich, Carol. Os limites do "como
se" no Psicodrama. R. Temas, SP. 1973; 5-6: 59-76. 15. Sonenreich, Carol. Doutrina e atividade
psiquiátrica. R. Temas, SP. 1975; 10: 118-136. 16. Sonenreich, Carol. A literatura sobre
Esquizofrenia. R. Temas, SP. 1975; 9: 35-75. 17. Sonenreich, Carol and Góes, J. F. O
Butansultano na Clínica Psiquiátrica. Rev.Bras.Med. 1976; 23:104. 18. Sonenreich, Carol. Esquizofrenia: a literatura e
a clínica dos casos assim chamados. São Paulo. Ed. Manole, 1977. 19. Sonenreich, Carol; Castro, Getúlio Bezerra, and
Forbes, Jorge de Figueiredo. O Hospital, a alta, as licenças vistos pelos
pacientes. Revista De Psiquiatria. 1977; 21(31): 11-28. 20. Sonenreich, Carol. Modificações psíquicas
associadas à velhice. R. Temas, SP. 1979; 9(1): 73-78. 21. Sonenreich, Carol and Bassitt,
Wiliam. O
Conceito de psicopatologia. São Paulo, Ed.Manole. 1979. 22. Sonenreich, Carol and
Friedrich, Sonia. Alcoolismo:
aspectos assistenciais. R. Temas, SP. 1979; 9(1): 31-42. 23. Sonenreich, Carol and Estevão,
Giordano. Conhecimento
Psiquiátrico. Rev. ABP. 1980; 2(4): 226-239. 24. Sonenreich, Carol and Estevão, Giordano. Reflexões
sobre o alcoolismo. R. Psiquiatr. RS.
1980; 2 (2): 119-127. 25. Sonenreich, Carol and Araújo, Vicente A.
Debates atuais em alcoolismo. R. Temas, SP. 1981; 21(1): 41-42. 26. Sonenreich, Carol and Araújo, Vicente A. Como encaramos
o alcoólico e seu tratamento. R. Temas, SP. 1981; 20(1): 56-66. 27. Sonenreich, Carol and Estevão,
Giordano. Distúrbios
Psíquicos e Epilepsia. R. Temas, S.P.1981; 21:84-100. 28. Sonenreich, Carol. Maconha na clínica
psiquiátrica. São Paulo, Ed. Manole, 1982 Cadernos de Psicopatologia. 29. Sonenreich, Carol; Bassitt, Wiliam, and
Estevão, Giordano. Processos cerebrais e psíquicos. R. Temas, SP. 1982; 23(1): 5-30. 30. Sonenreich, Carol; Bassitt, Wiliam, and
Estevão, Giordano. Estruturas delirantes e tratamento. R. Temas, SP. 1983;
24-25: 53-66. 31. Sonenreich, Carol. Cérebro como processo. R. Temas,
SP. 1984; 26(1): 83-92. 32. Sonenreich, Carol; Bassitt, Wiliam, and
Estevão, Giordano. Psicopatologia no Idoso. R. Temas, SP. 1984; 27: 127-157. 33. Sonenreich, Carol. Escolhas do Psiquiatra:
Saber e Carisma. Editora: MANOLE. 1985. 34. Sonenreich, Carol and Estevão, Giordano. Das
Fobias. R. Temas, SP. 1985; 15(28,29): 19-52. 35. Sonenreich, Carol and Kerr-Corrêa, Florence.
Escolha do Psiquiatra: Saber e Carisma. São Paulo, Ed.Manole. 1985. 36. Sonenreich, Carol. Atendimento, pesquisa, ensino
e o Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital do Servidor Público
Estadual. Rev. Med. IAMSPE. 1986; 17(3/4): 72-75. 37. Sonenreich, Carol. Instrumentos e critérios
para diagnósticos psiquiátricos em pesquisa com psicofármacos. Rev. ABP-APAL.
1986; 8(Supl.): 109-116. 38. Sonenreich, Carol and Estevão, Giordano.
Conceito atual de psicossomática. Rev.ABP/APAL. 1986; 8
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conceito de depressão.
R. Temas, SP. 1986; 16(30,31): 11-48. 40. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano; Ribeiro,
L. da Costa, and Falivene, Antônio. Depressões: um conceito. Rev.ABP-APAL. 1986;
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Proposta de um novo conceito de esquizofrenia. Rev.ABP/APAL. 1988; 10 (2): 53-56. 42. Sonenreich, Carol. Notas sobre senescência. Anais
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Do 1o Congresso Bras. De Psiquiatria e Med. Interna- São Paulo-1987. 1988;
1(1): 13-15. 44. Sonenreich, Carol. Reflexões do Clínico sobre
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para a atividade psiquiátrica atual. R. Temas, SP. 1990; 20(39): 245-250. 53. Sonenreich, Carol and Friedrich, Sonia.
Atividade do Psicólogo na Equipe Psiquiátrica. R. Temas, SP. 1990; 20(39): 241-244. 54. Sonenreich, Carol and Friedrich, Sonia. O
diagnóstico por listagem de sintomas não é nossa escolha. R. Temas, SP. 1990;
20(38): 41-44. 55. Sonenreich, Carol and Kerr-Corrêa, Florence.
Para uma Psiquiatria dos anos noventa. Rev.ABP/APAL. 1990; 12 (1,2,3,4):8-12. 56. Kerr-Corrêa, Florence; Carlini, Elisaldo A.;
and Sonenreich, Carol. O teste da supressão da dexametasona em pacientes de uma
enfermaria psiquiátrica. R. Temas, SP. 1991; 21(40-41): 180-92. 57. Sonenreich, Carol e Estevão, Giordano. O que os psiquiatras fazem. 58. Sonenreich, Carol and
Friedrich, Sonia. Nosografia
Clínica Versus Nosografia Experimental. R. Temas, SP. 1991; 42: 357-366. 59. Sonenreich, Carol and Friedrich, Sonia.
Psiquiatria: notas para o vigésimo ano de Temas. R. Temas, SP. 1991; 21(40/41):
325-331. 60. Sonenreich, Carol; Kerr-Corrêa, Florence, and
Estevão, Giordano. Debates sobre o Conceito de Doenças Afetivas. São Paulo, Ed.Manole.
1991. 61. Sonenreich, Carol; Castro, Getúlio Bezerra, and
Friedrich, Sonia. Como entendemos o Cognitivismo. R. Temas, SP. 1992;
43:74-108. 62. Sonenreich, Carol; Friedrich, Sonia, and
Ribeiro, P. L. Um conceito em debate: esquizofrenia. R. Temas, SP. 1992; 44: 171-228. 63. Kerr-Corrêa, Florence. Conceito de Doenças
Afetivas. J. Bras. Psiquiat. 1993; 42(supl. 1): 5s-12s. 64. Sonenreich, Carol. Como faço psicoterapia. R. Temas,
SP. 1993; 23(45): 69-81. 65. Sonenreich, Carol. Curas somáticas.
Rev.ABP/APAL. 1993;
15(3): 101-104. 66. Sonenreich,
Carol and Friedrich, Sonia. Sobre a história da Psiquiatria. R. Temas, SP. 1993; 23(46): 217-247. 67. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano;
Friedrich, Sonia, and Silva Filho, Luis de M. Altenfelder. Reflexões sobre o
Método experimental e a elaboração da Psiquiatria. R. Temas, SP. 1994; 24(48): 223-240. 68. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano;
Friedrich, Sonia, and Silva Filho. Luis de M.Altenfelder. Limites do Método Experimental. R. Temas, SP.
1995; 25(49): 31-47. 69. Sonenreich, Carol and Estevão,
Giordano. A
clínica psiquiátrica e o pensamento científico. R. Temas, SP. 1995; 25(50): 241-254. 70. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano;
Friedrich, Sonia, and Silva Filho, Luis de M. Altenfelder. A evolução histórica
do conceito de depressão. Rev.ABP/APAL. 1995;
17(1): 29-39. 71. Sonenreich, Carol and Silva Filho, Luis de M.
Altenfelder. Desospitalização. J. Bras.Psiquiat. 1995; 44(4): 159-167. 72. Sonenreich, Carol. Abordar a Doença. R. Temas,
S.P. 1996; 51:71-79. 73. Sonenreich, Carol and Estevão,
Giordano. Psiquiatria
no Hospital Geral: Atividades no Hospital do Servidor Público Estadual,
“Francisco Morato de Oliveira”. R. Temas, SP. 1996; 52: 189-208. 74. Sonenreich, Carol and Estevão, Giordano and
Silva Filho, Luis de M. Altenfelder, Conceito de Personalidade. R. Temas, SP. 1997;
27(53): 98-123. 75. Sonenreich, Carol; Kerr-Corrêa, Florence, and
Estevão, Giordano. São os afetos importantes para a definição da depressão?
Eur. J. of Psychiatry. 1998; 12(4): 197-204. 76. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano, and Silva
Filho, L. M. A. Psiquiatria: Propostas, Notas, Comentários. São Paulo, Lemos
Editorial. 1999. 77. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano, and Silva
Filho, Luis de M. Altenfelder. "Notas sobre psicopatologia". Revista
Latinoamericana De Psicopatologia Fundamental. 1999; 2(3). 78. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano, and Silva
Filho, Luis de M. Altenfelder. Unidade Psiquiátrica no Hospital Geral. Revista
USP. 1999; 43: 32-42. 79. Sonenreich, Carol; Kerr-Corrêa, Florence, and
Estevão, Giordano and Silva Filho, Luis de M. Altenfelder. Atividades
psiquiátricas no campo dos transtornos devidos ao uso de substâncias
psicoativas. J. Bras. Psiquiat. 2002; 51(1): 55-58. 80. Dalgalarrondo, Paulo; Sonenreich, Carol, and
Oda, Ana Maria Raimundo Org. História da psicopatologia: textos originais de
grandes autores. São Paulo: Lemos Editorial. 2004. 81. Sonenreich, Carol; Estevão, Giordano, and Silva
Filho, L. M. A. Ensaio sobre modos de conceber a Patologia Mental. R. Temas. SP. 2004; 34(66-67): 60-115. 82. Sonenreich, Carol. Comentários em relação à
entrevista do Prof. Valentim Gentil Filho.
R. Temas, SP. 2005; 35: 68-69. 83. Messas, Guilherme Peres. Ensaios - O que
psiquiatras fazem. Rev. Bras. Psiquiatr. 2008; 30 (2). 84. Sonenreich,
Carol; Estevão, Giordano. Distúrbios Psíquicos e Epilepsia. R. Temas. SP, 1981
vol.21. Trechos de
Entrevistas e Comentários Carol Sonenreich exprime suas idéias em entrevista (Jornal do Cremesp n. 212/Abril 2005). Cremesp – Como aconteceu sua vinda para o Brasil? Cremesp – Como o senhor vê a Psiquiatria hoje? Acredito que a Psiquiatria deveria fazer essa abordagem tanto do ponto de
vista do cérebro como da mente. O alcoolismo, por exemplo, não é uma doença
provocada somente pelo efeito químico do álcool sobre os neurônios; é também
uma doença provocada pelo modo de viver (do paciente). Ser alcoólico representa
viver de um modo diferente. O estudioso deve abordar a questão de ambos os
pontos de vista. O tratamento que fazemos hoje do alcoolismo e da, assim
chamada, esquizofrenia, é idêntico àquele que fazíamos há 50 anos atrás. Para
progredir, temos que criar conceitos e métodos de trabalho adequados. Cremesp – E por que o senhor não concorda com a luta antimanicomial? No Brasil existe, pelo que sei, uma experiência de transformação, acho que em uma instituição em Barbacena transformada em um bom hospital, com tratamento ambulatorial, tratamento na comunidade, visitas domiciliares. Não justifica fechar uma instituição como essa porque se gasta dinheiro com isso. O que fariam com esse dinheiro? Ambulatórios? A possibilidade de inaugurar Centros (de tratamento psiquiátrico) me parece um fato bastante bom, mas não significa defender a luta antimanicomial. Os Centros de tratamento psiquiátrico deveriam ser implementados sem o fechamento de hospitais. São instituições complementares. Os ingleses fizeram a mesma coisa no tempo da Margaret Tatcher: fecharam hospitais, os pacientes foram deixados nas ruas e nas prisões. Eles não eram perigosos, não faziam coisas graves, mas eram considerados delinqüentes, pois – mesmo sem saber – não respeitavam as leis de trânsito, cometiam pequenos delitos. Eram então colocados na prisão e não tinham atendimento enquanto prisioneiros porque esse tipo de atendimento dependia exclusivamente do Ministério da Saúde. Quem deveria ser ouvido nesse caso? Seriam os doentes, as famílias dos doentes. Os mais destacados são decididamente contra a luta antimanicomial, que somente priva os pacientes do tratamento e acompanhamento correto. Os doentes mentais não são mal intencionados. Pergunte à mãe de um esquizofrênico, pergunte à esposa de um alcoólico, pergunte aos drogados. Mas, quando não existe nenhum tratamento, veja como isto causa impacto na economia, na segurança, etc. Em outra entrevista Sonenreich afirma Depois de muitos anos de carreira afastou-se da psicanálise freudiana,
aproximou-se dos existencialistas e deu um toque pessoal a vários conceitos
psiquiátricos como os relativos ao alcoolismo, delírio e esquizofrenia. Publiquei livros (12), artigos em livros (33), artigos em revistas psiquiátricas (107), fui membro do conselho de redação e coordenador da revista Temas, publicada pela equipe psiquiátrica do HSPE, desde 1971. O Hospital dos Servidores do Estado foi um dos
pioneiros no atendimento psiquiátrico em hospital geral em 1968. Seu
hospital-dia começou em Pensando sobre a obra
do Professor Carol Sonenreich Certamente alguns dos seus alunos, que lhe dedicam
incondicional afeto, teriam melhores condições para traçar uma avaliação sobre
sua maneira de pensar a psiquiatria. Espero que o façam, mas para esse momento
vou fazer algumas observações. Seus primeiros artigos, no período de Em entrevista ao Jornal do Cremesp assim se manifestou: Sonenreich diz que
hoje, não pertence a nenhuma corrente psiquiátrica. Sobre a psicanálise: “Afastei-me, mas foi
bem difícil, porque tinha investido muito tempo nisso; percebia que não dava
resultados, mas achava que eu não era suficientemente bom e decidi estudar
mais”. A um certo momento, continua, “vi que essa era uma forma de me agarrar
àquela história. Minhas objeções eram de princípio; eu me afastei da noção de
inconsciente assim como aparece em Freud”. “Tive que procurar fontes diferentes e as
encontrei especialmente nos existencialistas. O tempo todo questionava se entendia
bem o que eles propunham”. Por isso, achou necessário fazer algumas adaptações
pessoais: “tive que fazer contribuições próprias. Em um certo momento decidi,
por exemplo, que não ia usar mais esse conceito de esquizofrenia que todo mundo
usa. Foi preciso então substituí-lo e fazer novas propostas a respeito”. Do blog de Jorge Forbes - http://www.jorgeforbes.com.br/br/contents.asp?s=81&i=18 Notas sobre leituras psiquiátricas e Medicina Baseada em Evidências. Um artigo de análise do conceito de encefalopatia pode ser encontrado no site do Clipp e foi escrito por Eliana Carpinelli. Sobre o conceito de encefalopatia Eliana Carpinelli Clipp - São Paulo, 17/3/2006. http://www.clipp.org.br/artigos_conteudo.asp?id_artigos=102&iframe=artigos_int&assunto=Artigos&icoimpressao=ok
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