Julho de 2024 – Vol. 29 – Nº 7

Sérgio Telles

1) Notícia do livro “Second Chances – Shakespeare and Freud”, escrito pelo
psicanalista inglês Adam Phillips e o critico literário Stephen Greenblat. O
tema da segunda chance é mostrado pela ótica das comédias e tragédias
shakespearianas e da obra de Freud. Em Shakespeare, a impossibilidade
de corrigir os erros e procurar uma segunda chance é a base das
tragédias, o que não ocorre nas comédias. Segundo Phillips, a psicanálise
acredita na capacidade humana de se modificar, possibilitando a segunda
chance.
Do opportunities knock twice in life? Two men who might just know – The
Jewish Chronicle

2) Extenso artigo de Adam Phillips esmiuçando as formas pelas quais o
inconsciente freudiano não se coaduna com o pragmatismo otimista de
Richard Rorty. Enquanto Rorty acredita que o inconsciente pode ser um
bom companheiro, para Freud ele é o caldeirão borbulhante de pulsões
em conflito; enquanto Rorty apregoa que se deve buscar a vida que se
quer viver, a psicanalise aponta para a ambiguidade de tal busca.
Adam Phillips · On Getting the Life You Want – London Review of Books

3) Breve entrevista com Gilson Iannini, sobre seu livro “O que é a psicanálise
– Freud no Século XXI”, em 3 volumes.
‘Sim, vivemos um eterno retorno a Freud’ | VEJA – Assine Abril

4) Gilson Iannini fala da atualidade de Freud e de seu livro recém lançado.
A atualidade de Freud para o debate contemporâneo – Le Monde Diplomatique
Brasil

5) Frederick Crews – ensaista, crítico literário e autor de vários livros – faleceu
aos 91 anos, em Berkeley (California) , onde estudou, ensinou e morou
por décadas. Crews foi um dos mais atuantes inimigos de Freud nos
Estados Unidos, um feroz “Freud bashers” (“espancadores de Freud” –
um grupo de autores que consideravam a psicanálise uma charlatanice e

vilipendiavam seu criador). Seu livro mais conhecido é “Freud: the making
of an illusion””.
Frederick Crews, Withering Critic of Freud’s Legacy, Dies at 91 – The New York
Times

6) Artigo celebra os 100 anos de nascimento de Hélio Pelegrino, psicanalista
engajado politicamente, que expunha com firmeza as contradições de
classe nas instituições e na prática psicanalítica, a necessidade de torna-
la acessível às classes trabalhadoras.
Hélio Pellegrino, 100 anos – A Terra é Redonda

7) Entrevista do pensador espanhol Amador Fernadez-Savater, abordando
alguns vértices de nosso atual mal-estar – a necessidade de fazer o luto
pela revolução; o deixar de ver o mundo como um objeto a ser dominado
e passar a vê-lo como uma trama que nos constitui e na qual estamos
todos registrados; o recuperar o desejo que está estiolado e engessado
nas instituições (especialmente as de ensino); entender que escrevemos
sobre o que não conhecemos, que é o que nos desperta o desejo e a
atenção.
“Na nossa sociedade há muito pouco desejo e muita obediência aos mandatos
de …

8) Notícia do lançamento do novo livro de Joel Birman – Guerra e política em
psicanálise (Ed. Civilização Brasileira). O autor enfoca as reflexões de
Freud sobre a guerra, mostrando como elas são parte fundamental de sua
teorização sobre a realidade humana e não um mero apêndice de sua
obra, como pretendem alguns.

Joel Birman lança livro sobre política e psicanálise na Travessa do Leblon –
PublishNews

9) Em “O que Freud ainda tem para nos ensinar?”, de Merve Emre,
publicada na prestigiada “The New Yorker”, talvez seja mais um sinal de
que o ostracismo ao qual Freud foi relegado nos Estados Unidos continua
a refluir. No artigo, Emre menciona as mais de trinta biografias de Freud,
citando as de Ernest Jones, Peter Gay, Elisabeth Roudinesco, Frederick
Crews, Adam Phillips, Matt Ffytche, para se deter na de Frank Tallis,
recentemente publicada naquele país e muito bem aceita pelo público e
crítica.
What Does Freud Still Have to Teach Us? | The New Yorker

10) Resumo de resenha publicada recentemente na Revue Française de
Psychanalyse do livro “Mort d´une science juive, la psychanalyse durant le
IIIe. Reich”, em que os autores James e Eilleen Brockman Goggin
abordam a situação da psicanálise na Alemanha entre os anos 1933 a
1945.
Mise en perspective de la pensée de James et Eileen Brockman Goggin à partir
de leur livre : Mort d’une science juive, la psychanalyse durant le IIIe Reich [1] |
Cairn.info

11) Sessões presenciais ou virtuais? Uma questão sempre aberta a
discussão. Nesse pequeno artigo, uma vinheta clínica ilustra de forma
muito clara as diferenças entre as duas práticas.
Como as sessões presenciais criam espaço para os clientes Verdades
indescritíveis (psychotherapy.net)

12) Cineasta Chen Yi Jung produziu uma experiência de realidade virtual que
recria o caso Dora de Freud. Os espectadores ficam imersos nos
ambientes e situações de Viena do século XIX, acompanhando a infeliz
adolescente em sua casa e nas andanças pela cidade.
Filmmaker Chen Yi Jung turns Freud’s study of Dora into virtual reality
experience that promotes empathy for his patient – Pancouver

13) O livro “China on the mind”, de Christopher Bollas foi publicado em persa,
noticia o Teheran Times. No livro, Bollas trata das diferenças culturais
entre Oriente e Ocidente, identificando elementos do budismo em autores
psicanalíticos mais recentes.
Christopher Bollas’s “China on the Mind” published in Persian – Tehran Times –

14) A atriz Helena Bonham-Carter participa das solenidades, no Freud
Museum de Londres, do lançamento da nova Revised Standard Edition
(RSE) – uma reedição revisada da famosa Standard Edition realizada por
James Strachey. Essa, que foi a primeira tradução completa da obra de
Freud em inglês, foi comissionada a Strachey pela Hogarth Press, de
Virginia e Leonard Woolf, há exatos 100 anos.
Helena Bonham Carter hails revised Freud works gifted to London museum |
Evening Standard

15) Breve notícia sobre o recente livro “Alfabeto de colisões”, de Vladimir
Safatle. Trata-se de uma coletânea de artigos previamente publicados na
imprensa sobre diversos temas.
O abecedário de política, psicanálise e experiência estética de Safatle –
Disparada

16) Notícias sobre o livro “Soeurs. Pour une psychanalyse féministe”, de Silvia
Lippi e Patrice Maniglier. A psicanalista Silvia Lippi fala sobre a
sororidade, a irmandade entre mulheres nascida com o movimento MeToo
e critica a rigidez de um determinado feminismo, ao qual contrapõe, como
figura de inspiração, Valerie Solanas, que, com sua vida extremada,
marginal e trágica representaria os impasses estruturais com os quais as
mulheres se deparam.
Soeurs. Pour une psychanalyse féministe», #MeToo sur le divan – Le
Devoir

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