Março de 2021 – Vol. 26 – Nº 03
João Paulo Pinto Cruz[1]
Introdução
O paciente deitado sobre um divã de madeira seca, de lastro resistente e fixo, sobre o qual fica um colchão de algodão coberto por um lençol de borracha. Qualquer objeto de metal que conduza consigo deve ser recolhido, antes da aplicação. As vestes devem ser desapertadas. Escolhida a zona de aplicação dos eletrodos, estes precisam de forte e garantida posição que assegure o mais íntimo contato com a pele.[2]
Em 1943 um correspondente do jornal Correio de Aracaju traz uma notícia que parece uma grande novidade para o tratamento psiquiátrico na cidade de Porto Alegre. A reportagem concebida através do serviço de telegrafo intitulada “Maquina para curar loucos”. Na capital gaúcha as experiências foram realizadas no Hospital de Alienados de São Pedro com um aparelho desenvolvido neste local conhecido como “convulsor”[3].
O estudo Eletroconvulsoterapia (ECT) teve início no século XX com diversas pesquisas sobre o emprego da corrente elétrica na tentativa de estimular crises convulsivas, mas foi na Itália através dos psiquiatras Ugo Cerletti e Lucio Bini que fizeram experimentos usando eletricidade, enviando correntes em doses matematicamente determinadas sobre o cérebro do paciente, afim de estimulá-lo, reduzindo ainda uma convulsão tipo epilético[4].
O primeiro trabalho publicado em maio de 1938 apresentado à Academia de Medicina de Roma, os psiquiatras italianos reuniram algumas observações que lhes permitiram concluir que esse método, por eles denominados de eletrochoque comparados com métodos anteriores como de Sakel e Meduna foram menos custosos para sua aplicação. Rapidamente se espalha por todo mundo mesmo com a segunda guerra mundial em 1939 e chegando ao Brasil no início da década de 1940.
E o primeiro trabalho sobre o eletrochoque que surgiu no Brasil foi de 1941, com o título de “O eletrochoque no tratamento das doenças mentais” de autoria do professor Antônio Carlos Pacheco. Foi publicado na Revista de Medicina de São Paulo. Relata experiências com o tratamento bastante favoráveis advindas do 97° Congresso Anual da American Psychiatric Association nos Estados Unidos destacam alguns pontos:
1° – O tratamento pelo eletrochoque é simples e pouco dispendioso.
2° – O paciente não acusa o menor incômodo, visto como o tratamento não é, em absoluto, doloroso, e há perda completa da memória no que se refere à aplicação.
3º – O período convulsivo é menos severo que o observado com o cardiazol.
4º – As fraturas e as luxações não ocorrem tão frequentemente, a julgar pela nossa experiência em vários casos.
5º – Os pacientes acusam melhoras prontas logo no início do tratamento.
6° – Não há necessidade de introdução de drogas pela via parenteral. [5]
As experiências feitas no Rio Grande do Sul instigaram o médico Murilo Silveira e o engenheiro Olmiro Ilgenfritz a construir o aparelho cientifico que está sendo usado em três cidades deste Estado. No hospital gaúcho no período de quatro meses, no tratamento de 33 doentes com tempo de enfermidade variável, nos quais foram aplicados 529 choques os resultados terapêuticos são os seguintes: 42% de remissão completa, 33% de remissão parcial, 8% de resultados nulos, o que revela um aproveitamento de 75%.[6]
Após três dias da publicação dessa matéria vinda do sul do Brasil em 23/02/1943 em resposta ao jornal Correio de Aracaju Dr. Garcia Moreno, diretor do Hospital-Colônia Eronides de Carvalho e chefe do Serviço de Assistência a Psicopatas de Sergipe escreve uma carta endereçada ao veículo de comunicação informando que em Sergipe já se aplica o moderno método de tratamento e serve para evidenciar que não andamos atrasados.
Em resposta ainda ao jornal Dr. Garcia Moreno revela que o tratamento começou em Sergipe em outubro de 1942. O Serviço de Assistência a Psicopatas de Sergipe solicita a compra do primeiro aparelho de Eletrochoque terapia, marca “OFFERER ELETRONIS” de fabricação americana ao capitão Milton Pereira Azevedo, interventor federal de Sergipe, em 13 de janeiro de 1942 autoriza a compra[7] e, alerta que desde outubro de 1942 já se utilizava o eletrochoque, ao lado de tratamentos mais antigos como métodos de Sakel e Meduna (insulina e cardiazol), a consuvolterapia de Cerletti e Bini[8].
A partir de 1943 o tratamento de choque terapia, pelo alto custo do cardiazol e da insulina, a Eletroconvulsoterapia (eletrochoque) passa a ser mais utilizada no hospital-colônia desde 1942.[9]
Moreno em sua carta destaca o alto preço do Cardiazol, que as 900 crises convulsivas já obtidas no hospital pelo processo elétrico, custariam quase nove mil cruzeiros com o método cardiazólico.[10] Isso significa para o Estado um método de tratamento mais acessível e de fácil aplicação comparado aos anteriores e, que geraria uma economia para os cofres públicos.
No relatório clínico do hospital a impressão sobre a eficácia do eletro geneterapia não é diferente da que experimentaram psiquiatras do Rio e São Paulo, onde de Sergipe, foi, no Brasil, posto o processo de Cerletti, e Bini.[11]
No hospital-colônia Eronides de Carvalho a aplicação acontecia de duas a três aplicações semanais de uma corrente elétrica de 450 miliamperes, durante 0,2 segundos, através do cérebro, têm, em pouco mais de um mês, reconduzido à vida psíquica normal de homens e mulheres.[12]
Tratamento
No hospital-colônia buscavam-se o que tinha de mais moderno dentro do tratamento empregado pela psiquiatria brasileira. As formas de tratamento eram a Ergoterapia[13], Ludoterapia[14], Eletroconvulsoterapia (eletrochoque) [15], Psicocirurgia[16], Psicofarmacologia, Balneoterapia[17], Convulsoterapia[18], Malarioterapia[19], Insulinoterapia[20], Pireoterapia[21]. Esses métodos de tratamento, em sua maioria, eram utilizados mais como alternativa de controle do que propriamente um meio de curar os pacientes[22].
A laborterapia era o tratamento mais requisitado. O trabalho como forma de tratamento numa sociedade que acreditava que o fato de o indivíduo não trabalhar estava inserido numa patologia ou era considerado ocioso, por perambular sem sentido.
O trabalho significava coordenação dos atos, atenção, obediência a um encadeamento de fases da produção que permitirá chegar ao produto; significa existência de regras as quais o alienado deve se adequar. É uma fonte poderosa de eliminação da desordem, de submissão a uma sequência coordenada e ordenada. O trabalho permite o controle de cada ato, de cada gesto; permite coordenar o corpo e mente. O trabalho é, portanto, em si mesmo terapêutico, ocupando assim uma posição central no tratamento[23].
Os doentes depois do tratamento, do labor da terra, eram devolvidos à sociedade que estava industrializando-se, devolvidos à sociedade num modo de agir agrícola, pré-industrial, de ver a vida. A reinserção dos mesmos na sociedade era contraditória e poucos conseguiam trabalho. Sendo assim, faz-se necessário refletir a psiquiatria na ordem capitalista:
… a psiquiatria nada mais é do que uma forma de polícia, que pune e encarcera aqueles indivíduos considerados improdutivos pelo sistema capitalista-industrialista de nossas sociedades. Como estar louco significa não aceitar uma determinada ordem de funcionamento das coisas, o louco é afastado do convívio dos homens “normais”, para que não comece a gerar dúvidas nas cabeças de outros homens sobre a pretensa racionalidade do mundo[24].
O doente ao ser inserido no cotidiano do Hospital, ver mutilada a sua identidade ao se submeter a uma instituição psiquiátrica. A delimitação do seu eu abro espaço para a padronização e o uso comum. Nas instituições totais[25] esses territórios do eu violados; a fronteira que o indivíduo estabelece entre seu ser e o ambiente é invadida e as encarnações do eu são profanados[26].
Os poderes curativos da água também foram utilizados no tratamento dos doentes mentais. Os banhos podiam ser de água fria ou quente, dependendo da doença. Mas no hospital-colônia Eronides de carvalho não tinha uma estrutura para tal e esse método foi pouco empregado, pois não era possível pela ausência de banheiros nos pavilhões em funcionamento[27]. A balneoterapia consiste num método de rotina terapêutico em todos os hospitais psiquiátricos e firma-se em terreno pacífico e consolidado.
A eletricidade foi utilizada principalmente nos casos de esquizofrenia. A Eletroconvulsoterapia (ETC) tinha o objetivo de produzir convulsões, que seriam benéficas no tratamento dos doentes mentais. Segundo Silva (2008) apud Silva (1979) em A história da loucura: Em busca da saúde Mental, faz um relato sobre eletrochoque:
A vantagem do eletrochoque, segundo seus apologistas, consiste no importante fato de o doente, após o choque, sofrer amnésia retrógrada. Durante uma dessas aplicações, a situação se passa mais ou menos assim: 110 volts, no espaço de 50 segundos, no corpo humano. Há convulsão total. O corpo recurva-se, o suor escorre abundante, a garganta avermelha-se. Após 60 segundos, o enfermo é colocado numa maca… (SILVA, 1979, p.196) [28].
Encontramos no jornal correio de Aracaju no ano de 1943 diversos anúncios de atendimento particular realizado pelo Dr. Garcia Moreno no Edifício Santos em Aracaju para aplicação dos métodos de Sakel, Meduna, Cerletti e psicoterapia.
No 3º congresso da sociedade de neurologia, psiquiatria e higiene mental do Nordeste em Natal no Rio Grande do Norte em 1943 Dr. Garcia Moreno apresentou um Relatório oficial sobre Eletroconvulsoterapia e Dr. Luiz Cerqueira Ausência de terror na convulso terapia pelo eletrochoque[29]. Esses dois trabalhos nos mostra a importância crescente do tratamento ECT visto que foi no período segunda guerra que chegou ao Brasil e com números expressivos do seu uso no decorrer dos anos.
No ano de 1943 Dr. Garcia Moreno publica um artigo na Revista de Neurobiologia que falava sobre “Eletroconvulsoterapia” num trabalho comparativos de métodos de Meduna e o choque Cardiazólico nos mostrando as vantagens do tratamento através do choque. Seu texto descreve o procedimento e traz estatísticas nos mostrando as vantagens do que era uma novidade em casos mais severos. O artigo se divide em: O eletrochoque no qual ele faz uma revisão histórica do tratamento; Técnica: nos mostrando como utilizar o aparelho; Indicações: para o uso do tratamento como são os casos de Esquizofrenia, Psicose Maníaco Depressiva, Melancolias Involutivas Psicose, psiconeurose,
Coreia, agitações de Oligofrênicas e Delirantes crônicos, quadros esquizofrenoides post-malarioterápico da Demência Paralítica; Contraindicações: nos processos infecciosos agudos, as lesões descompensadas do coração, as tuberculoses evolutivas, doenças graves do sistema ósseo, tumores cerebrais e o estado de desnutrição extrema; complicações: fratura vertebrais por compressão, fraturas dos ossos longos, luxações e rutura de tendões; Mecanismo de ação não está tão claro no texto; Casuística: faz um relatório do uso através dos protocolos de 83 doentes tratados pela Eletroconvulsoterapia no hospital-Colônia “Eronides de Carvalho no ano de 1943.[30]
Dos 83 pacientes tratados pela eletrochoque faziam parte da amostra 43 mulheres e 40 homens. Os diagnósticos foram os seguintes:
Esquizofrenias – 63; Psicose Maníaco Depressiva -12; Psicose Puerperal – 3; Melancolia Involutiva – 2; parafrenia – 2; Neurose Obsessiva – 1. Das 1.804 aplicações feitas nos pacientes resultaram: crises, tipo grande mal – 1.514; crises, tipo pequeno mal – 153; crises, tipo ausência – 137. A latência dos casos apresentou a média aritmética de 3,60 segundos e o valor mais frequente 2,00 segundos.[31]
Tabela 01
Movimentação de doentes do hospital-colônia[32]
1941 | Total | 1942 | Total | 1943 | Total |
Entradas | 157 | Entradas | 84 | Entradas 31.12.42 | 98 |
Saídas | 55 | Reentrados | 34 | Entradas em 1943 | 104 |
Existem | 102 | Total de entradas | 118 | Reentradas em 1943 | 26 |
Altas | 39 | Total | 228 | ||
Falecidos | 10 | Falecidos | 9 | Falecidos | 25 |
Evasões | 6 | Evasões | 8 | Melhorados | 37 |
Remissão completa | 22 | Sem Alteração | 15 | ||
Melhorados | 14 | Melhorados | 27 | Curados | 49 |
No mesmo estado | 3 | Sem Alteração | 23 | ||
Curados | 22 |
Fonte: Relatório anual do serviço de assistência a psicopatas de Sergipe de 1941 a 1943
Tabela 02
Tratamentos aplicados no hospital-colônia[33]
Tratamentos | 1941Total | 1942 Total |
Convulsoterapia | 41 | 222 |
Insulinoterapia | 4 | 137 |
Malarioterapia | 10 | 10 |
Eletrochoque | 650 | |
Piretorapia | 33 | |
Ergoterapia | 32 |
Fonte: Relatório anual do serviço de assistência a psicopatas de Sergipe de 1941 e 1942.
Conclusão
Moreno nos alerta para criarmos um olhar de compreensão principalmente dos que deixaram os hospitais, sãos que muita gente de juízo, para que os egressos, curados, dos manicômios deixem de viver, cá fora uma desconfiança humilhante e impiedosa. E nos mostra que o transtorno mental se cura com medicamentos e não com castigos físicos e trabalho forçado, é tempo de pregar-se na consciência de todos que o doente mental é um doente como os outros: sofre, trata-se e fica bem.[34]
No final da carta Moreno confessa que a grande novidade que vem de Porto Alegre é a fabricação de aparelho de eletrochoque é uma grande conquista, principalmente nos dias atuais de tão difícil comércio internacional. E para finalizar seu escrito deixa claro seu posicionamento como um homem do seu tempo em virtude da segunda guerra mundial que afetou a cidade de Aracaju através do torpedeamento de navios mercantes: De par com fortes abraços, envio-lhe as minhas saudações anti-nipo-nazi-fascistas.[35]
É preciso quebrar o estigma que tratamento vem sofrendo desde os dias de hoje. No início ele era realizado sem relaxamento muscular e anestesia. Nesse quadro o tratamento ficou associado à violência e ao medo. Assim como outros tratamentos sofreram melhoria significativa o ECT hoje é um procedimento com anestesia e todos cuidados para evitar transtornos que tanto povoaram o imaginário da sociedade de maneira destorcida. Hoje é um tratamento possível em pessoas que vê no eletrochoque um recurso extremo e final para casos severos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ARRUDA, Márcia Aragão. Assistência Psiquiátrica em Sergipe: Do Hospício da Santa Casa de Misericórdia de São Cristóvão ao Adauto Botelho. Aracaju: SOMESE, 2002.
DUARTE JÚNIOR, João Francisco. A política da loucura: a antipsiquiatria. 3ª Ed. Campinas: Papirus, 1987.
GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 2005
MACHADO, Roberto et. al. Danação da norma: medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Grall, 1978.
MORENO, Garcia. Eletroconvulsoterapia. Neurobiologia, Tomo IV, Recife, 1943.
SILVA, A. C. P. e. (1941). O eletrochoque no tratamento das doenças mentais. Revista de Medicina, 25(95-96), 15-28.
SILVA, Mary Cristina Barros e. Repensando os porões da loucura: um estudo sobre o Hospital Colônia de Barbacena. Belo Horizonte: Argumentum, 2008, p.47.
FONTES
APES. Relatório anual do Serviço de Assistência a Psicopatas de Sergipe. 1941. Caixa de Relatório diversos nº 18.
APES. Relatórios do Serviço de Assistência a Psicopatas de Sergipe. 1942. Caixa de Relatórios diversos nº 18.
Arq. Neuro-Psiquiatr. Vol.2 n°1. São Paulo Jan./Mar. 1944.
JORNAIS
Correio de Aracaju 1942-1943.
[1] Licenciado em História pela UFS. E-mail: [email protected]
[2] Moreno, Garcia. Eletroconvulsoterapia. Neurobiologia, Tomo IV, Recife, 1943, p.328.
[3] Jornal Correio de Aracaju. Aracaju: segunda-feira, 21 de fevereiro de 1943, p.02.
[4] Jornal correio de Aracaju. Op. Cit., p.02.
[5] SILVA, A. C. P. e. (1941). O eletrochoque no tratamento das doenças mentais. Revista de Medicina, 25(95-96), 15-28, p.17’
[6] Jornal Correio de Aracaju. Aracaju: segunda-feira, 21 de fevereiro de 1943, p.02.
[7] ARRUDA, Márcia Aragão. Assistência Psiquiátrica em Sergipe: Do Hospício da Santa Casa de Misericórdia de São Cristóvão ao Adauto Botelho. Aracaju: SOMESE, 2002, ver: Anexo 03.
[8] Jornal Correio de Aracaju. Aracaju: segunda-feira, 23de fevereiro de 1943, p.04.
[9] ARRUDA, Márcia Aragão. Op. cit., p.44.
[10] Jornal Correio de Aracaju. Aracaju: segunda-feira, 23de fevereiro de 1943, p.04.
[11] Jornal Correio de Aracaju. Op. Cit., p.04.
[12] Jornal Correio de Aracaju. Op. Cit., p.04.
[13] Tratamento através do trabalho.
[14] Tratamento através de jogos, divertimentos.
[15] Tratamento que conduz convulsão através da corrente elétrica.
[16] Psicocirurgia “Egas Moniz” técnica que ao mesmo tempo com alguns êxitos e alguns desastres. Partindo da ideia de que o lobo frontal acarretava por sua excitação, numa difusão patológica do seu influxo, propunha assim, interromper-se esta propagação e estas conexões anormais, destruindo a substância branca do lobo frontal no centro oval, primeiro, mediante injeção de álcool, e mais tarde seccionado as fibras, com a ajuda de um leucótomo. Ver: ARRUDA, Márcia Aragão. Assistência Psiquiátrica em Sergipe: Do Hospício da Santa Casa de Misericórdia de São Cristóvão ao Adauto Botelho. Aracaju: SOMESE, 2002, p.49.
[17] Tratamento através do banho. Baseava-se na ação térmica e percutora da água sobre a pele. Era indicado em estados de hiper emotividade, insônia, irritabilidade, astenia e na “post-cura” de estados psicóticos, acessos maníaco-depressivos, confusionais, especialmente após a cura do sono ou de Sakel. Ver: ARRUDA, Márcia Aragão. Op. cit., p.48.
[18] Tratamento baseado na administração de injeções de Cortiozol, com a finalidade de provocar crises epileptiformes. Usado em esquizofrênicos
[19] Tratamento onde se obtém a crise convulsiva, ao inocular sangue de uma pessoa portadora de plasmodium vivax.
[20] Tratamento através da administração de insulina com o intuito de provocar o choque insulínico ou hipoglicêmico. A técnica consistia em provocar coma que só seria interrompido pela administração de açúcar via oral ou endovenosa. Ver: ARRUDA, Márcia Aragão. Op. cit., p.43.
[21] Injetava-se leite bovino, contaminado, via intramuscular, provocando assim, o aparecimento de coleções purulentas, que provocariam picos de febres altos, convulsões, que serviriam como tratamento. Ver: ARRUDA, Márcia Aragão. Op. cit., p.47.
[22] SILVA, Mary Cristina Barros e. Repensando os porões da loucura: um estudo sobre o Hospital Colônia de Barbacena. Belo Horizonte: Argumentum, 2008, p.47.
[23] MACHADO, Roberto et. al. Danação da norma: medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Grall, 1978, p.441.
[24] DUARTE JÚNIOR, João Francisco. A política da loucura: a antipsiquiatria. 3ª Ed. Campinas: Papirus, 1987, p. 13.
[25] Uma instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada. Ver: GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 2005, p.11.
[26] GOFFMAN, Erving. Op. cit., p.31.
[27] ARUDA, Márcia Aragão. Assistência Psiquiátrica em Sergipe – Do Hospício da Santa Casa de Misericórdia de São Cristóvão ao Adauto Botelho. Aracaju: SOMESE, 2002, p.48.
[28] SILVA, Mary Cristina Barros e. Repensando os porões da loucura: um estudo sobre o Hospital Colônia de Barbacena. Belo Horizonte: Argumentum, 2008, p.48.
[29] Arq. Neuro-Psiquiatr. Vol.2 n°1. São Paulo Jan./Mar. 1944
[30] Moreno, Garcia. Eletroconvulsoterapia. Neurobiologia, Tomo IV, Recife, 1943, p.333
[31] Moreno, Garcia. Eletroconvulsoterapia. Neurobiologia, Tomo IV, Recife, 1943, p.333-334.
[32] A partir de 1942 podemos observar o termo curado a partir do ano da inserção do eletrochoque.
[33] Mesmo o eletrochoque tendo seu início de funcionamento em outubro de 1942 começa a partir desse momento entrar em desuso alguns métodos que 1943 vai ser evidenciados em seu artigo a Revista de Neurobiologia.
[34] Jornal Correio de Aracaju. Aracaju: segunda-feira, 23de fevereiro de 1943, p.04
[35] Jornal correio de Aracaju. Op. Cit., p.04.