PSICOPATA OGNANIZADO
Existe também o chamado psicopata organizado, estes são os chefes de facções criminosas. Entre nos seria o Fernandinho Beira-mar, chefe do comando vermelho no Rio de Janeiro e o Camacho chefe do PCC em São Paulo, esses tipos são chamado de psicopatas organizados interrogados porquê em nenhum lugar do mundo eles se deixam examinar, nenhum pesquisador no mundo conseguiu aplicar testes de personalidade em chefes de facções criminosas, o máximo que se consegue com eles é fazer um atendimento médico aonde o contato com eles é apenas o de uma consulta medica, se o pesquisador ficar em contato com eles para aplicar testes, fazer entrevistas e procedimentos mais prolongados logo eles vão saber quem você é aonde você mora aonde estuda seus filhos e você vai ter que trabalhar para eles. Apesar de estar preso, o Fernandinho Beira-mar continua a liderar o tráfico de drogas no Rio de Janeiro e o Camacho dominou todas as cadeias do Estado de São Paulo e de várias no Brasil a fora, eles, os psicopatas organizados, do mundo inteiro ficam isolados dos demais presos. Mesmo em países que tem cadeia de psicopatas eles tem que ficar totalmente isolado. Porem a criatividade deles é tamanha que eles continuam a liderar o crime de dentro das cadeias. Um colega médico que fez o atendimento ao Fernandinho Beira-mar fez uma pergunta para ele: “como você consegue liderar o tráfico de droga no Rio de Janeiro se você passa 23 horas por dias preso numa cela” e ele respondeu: “olha doutor é como uma franquia o pessoal vende a droga e deposita a minha parte.” Daí o colega médico perguntou: “mas você não tem medo de ser roubado (interrogação) Ao que ele respondeu: “ninguém é louco de fazer isso.” Eles provavelmente são psicopatas, mas nenhum estudo no mundo confirmou essa hipótese, embora se saiba que a crueldade deles é elevada. Eles são super capazes de organização de mobilização de pessoal e por terem muito dinheiro e provavelmente serem muito cruéis dominam as pessoas do seu interesse. Diferente de psicopatas que são serial killers ou outros tipos.
CAPÍTULO III – CARÁTER
O caráter ele só se desenvolve no ser humano, faz parte das funções do cérebro frontal que em nossa espécie teve um desenvolvimento extremamente acentuado, ou seja, respeitar as pessoas, gostar das pessoas faz parte do arsenal dos sentimentos diferenciados que denominamos de sociabilidade, ao longo da escala zoológica observamos uma incapacidade do indivíduo bastar se a si mesmo em uma maior necessidade de vida gregária, os animais vão formando núcleos familiares. Por exemplo o leão quando muda de fêmea mata e come os filhos desta fêmea e faz os seus próprios, o chipanzé que tem uma afinidade genética de mais de 98% com o ser humano e não tem sociabilidade, ele vive de forma tribal, pela força conquista suas fêmeas, cuida de seus filhos e disputa território com os outros chipanzés. Eles são incapazes de pesar no bem-estar de outros membros da sua espécie, pesquisadores fizeram um teste que avaliou a consideração dos chipanzés por colegas de bando. No experimento, os bichos tinham a chance de obter um almoço e, ao mesmo tempo, brindar um companheiro com a guloseima sem nenhum esforço extra, os pesquisadores descobriram que os chimpanzés não se preocupavam nenhum pouco em escolher a opção que favorecia os outros. Para todos os efeitos agiam como se seus amigos não estivessem ali, esse artigo saiu numa edição da revista “Nature”, o que pode desbancar de vez a ideia de que os chipanzés possuem o que se costuma chamar de “teoria da mente”, grosso modo a capacidade de se colocar mentalmente no lugar de outro indivíduo, a autora desse trabalho é Joan Silk, pesquisadora da Universidade da Califórnia em Los Angeles, ela realizou um teste aonde se um chipanzé puxasse uma das cordas duas bandejas carregadas de comida se estendiam uma para ele e outra para o amigo. Se puxasse a outra corda só ele recebia comida. Os testes mostraram que os chipanzés puxavam a corda de maneira aleatória, a autora acha boas razoes para imaginar que a preocupação com os outros surgiu depois que os humanos e os grandes macacos se separaram na evolução. Mas é preciso cuidado a uma longa tradição de identificar traços humanos únicos e depois descobri-los em outra espécie. (Folha de São Paulo 27 de outubro de 2005).
Em um estudo de Esther Hermann, do instituto Max Plank ele estudou 105 crianças, 106 chimpanzés e 32 orangotangos. Verificou que todos têm capacidade semelhantes em relação a noções de espaço, de quantidade e de causalidade, porém, crianças de dois anos e meio acertaram 74% dos testes de aptidão sócio cultural, contra 33% de acerto dos macacos, as crianças foram mais capazes de entender as intenções dos outros como também foram mais capazes de aprendizagem social e de comunicação.
Costuma se definir temperamento como os traços que caracterizam o indivíduo na sua forma de reagir e caráter como os traços na personalidade relacionados aos sentimentos e atitudes do sujeito frente a sociedade. Caráter por sua vez se traduz pelo grau de consideração ao outro, sujeitos com deficiência de caráter são insensíveis as necessidades dos outros.
O caráter pode ser modificado por uma boa educação ou pelo fato da pessoa viver em ambiente decente ou receber bons princípios? Ou, ao contrário a pessoa que vive em favela ou ambiente menos favorável é mais propensa a ser psicopata. O ambiente social não influência o desenvolvimento do caráter, mas impede a sua manifestação, ou seja, uma pessoa de mal caráter que nasça na favela ou em ambiente privilegiado vai ter o caráter que sua constituição determinou: não depende do ambiente aonde ela nasceu, mas se ela for mal caráter e nasceu em uma favela ela vai ter maior facilidade de agir e fazer as suas crueldades do que em ambiente mais organizado aonde ela vai ser punida se ela fizer algo errado. As novelas da Rede Globo de televisão estão cheias de exemplos de mal caráter bem-educados, enfim por mais que isso pareça desagradável e estranhos a algumas pessoas os especialistas em psicopatia fizeram amplos estudos mostrando que o caráter é inato. Você pode bater num sujeito de mal caráter, você pode prendê-lo, você pode ensiná-lo, agradá-lo e tratá-lo muito bem que se ele for realmente mal caráter ele vai agir segundo a sua constituição.
- GUSTAVO BONINI CASTELLANA, (2013) em sua tese de mestrado na USP, concluiu que: COMPARAÇÃO DE TRAÇOS PSICOPÁTICOS ENTRE JOVENS INFRATORES E GRUPO CONTROLE COM AS MESMAS CONDIÇÕES SOCIOECONOMICAS DO GRUPO CASO.
- CONCLUSÃO:
- OS RESULTADOS ENCONTRADOS NÃO ESTÃO ASSOCIADAS ÀS CONDIÇÕES SOCIOECONOMICAS ONDE ESTES JOVENS SE DESENVOLVERAM.
As crianças até 18 anos não se deve chamar de psicopata e sim de transtorno de conduta porque dos 17 aos 25 anos vai ocorrer a chamada poda sináptica, esta poda faz com que a circuitaria cerebral que vinha amadurecendo nessa faixa de idade ocorre uma poda para ficar apenas o cérebro suficiente para a vida adulta. Quando o sujeito sofre maus tratos, frio, fome e necessidades várias a poda não ocorre porque o cérebro está preocupado em manter o indivíduo vivo, depois se ele comete um crime e vai para uma Febem, seja como for, ele vai receber comida, cobertor e uma certa segurança, o que faz com que em, mais ou menos 1 ano e meio ou 2 anos ocorra a poda. Então, muitos moradores menores de idade de favelas imitam o comportamento dos traficantes, eles acham o traficante um máximo, é o cara que tem dinheiro, é o cara que tem poder e passam a ter um comportamento de delinquência chegando mesmo a matar pessoas antes dos 18 anos de idade, se ocorrer a poda e o sujeito deixar de ser delinquente então não era da constituição dele ser psicopata, mas se a poda ocorrer e ele continuar com delinquência, então ele é um verdadeiro psicopata, é muito comum a gente ouvir mães dizendo assim :“meu filho foi um terror até os 17 anos de idade, depois decidiu parar e resolveu estudar, trabalhar e se resolver na vida” . Segundo a Ong Fight Crime: Invest in Kids no ano de 2001 ocorreram 77.860 casos de abusos ou negligencias em crianças. Destas, 3.060 foram violentos criminosos o que corresponde a 3,98%.
Estudos neuropsicológicos atuais, entre eles a chamada teoria da “poda sináptica”, fazem referência à ampla plasticidade cerebral que se mantém até o final da adolescência. Isso leva a que comportamentos pró-sociais possam ser fortalecidos ao longo do desenvolvimento da infância e da puberdade. De fato, verifica-se que os sujeitos adultos com tendência a comportamento infracional apresentam a característica de grande incoerência de condutas e ideias. Acreditamos que tanto na infância e adolescência, nesta fase devido à plasticidade cerebral como na idade adulta o meio social mais próximo como família, comunidade do bairro, valores religiosos e outros, podem estar servindo de contensor para comportamentos desviantes.
É importante diferenciar crianças que sofreram maus tratos, negligências e abusos sexuais ou outros de crianças que apresentam a tendência constitucional para psicopatia. As primeiras irão apresentar comportamento que poderemos chamar de pseudo-psicopático, ou seja, como o sistema nervoso precisou se ocupar com a sobrevivência da criança negligenciada é provável que, pela teoria da poda sináptica, não ocorra um desenvolvimento neurológico normal e essa criança apresente comportamentos primitivos tais como irritabilidade aumentada, agressividade, dificuldade de compreender valores sociais adequados e acabe por se conduzir com raiva, apresentando conflitos emocionais intensos que podem ser reduzidos através de orientação psicoterápica. As crianças que já nascem com a tendência antissocial não apresentam conflitos emocionais e os sentimentos são inacessíveis aos outros, o que dificulta a correção do comportamento desviante.
É importante diferenciar comportamento desviantes devido à problemas emocionais e familiares, ou mesmo sociais da verdadeira insensibilidade dos psicopatas.
É claramente possível identificar fatores de risco de comportamento antissocial no ensino fundamental de forma a subsidiar intervenção sócio-educativa para prevenir o desenvolvimento do comportamento infracional. OLIVEIRA (2005) verificou que os professores da escola fundamental vêm claramente os problemas de comportamento das crianças com alto risco de desenvolverem comportamentos infracionais. Em seu trabalho o autor realizou 15 entrevistas com professores da escola fundamental e verificou que os mesmos claramente relatam alunos com risco de comportamento antissocial, mas que, por não terem para onde os encaminhar, ou seja, instituições que poderiam cuidar desses menores acabam por tratá-los todos de maneira igual. Ou seja, os professores se concentram em uma posição uniforme, normatizadora, achando que com isso conseguem eliminar os conflitos. Alguns professores entendem que o comportamento antissocial é devido às famílias desestruturadas, portanto culpando os pais. Impressionante verificar no relato desses professores que eles são perfeitamente capazes de diferenciar o aluno que tem simplesmente um déficit de atenção, hiperatividade ou hiperatividade com transtorno de conduta, mas, nada fazem para conduzir o problema.
Em nosso ambulatório de transtorno da personalidade, verificamos que os menores infratores da FEBEM apresentam valores finalistas como querer bens sem ter que trabalhar por eles.
Foi observado por MITCHELL e DODDER (1983) em seus estudos que os delinquentes tendem a negar “a priori”, o valor negativo das consequências de seus atos. Esse aspecto mostra a falta de repercussão emocional que é por sua vez consequente à falta dos sentimentos que nos dão respeito ao outro. Como eles apresentam defeito cerebral justamente nas funções que permitem respeitar o próximo não vêm nenhum problema, ou valor negativo, em cometer atos infracionais. ZIEMAN e BENSON (1983) consideram que tal comportamento é devido à baixa autoestima, o que discordamos. Esses sujeitos se acham melhores do que os demais, a delinquência os faz sentir mais valentes e poderosos e quando indagados a seu respeito, evidenciam comportamento de superestima. Os adolescentes reconhecem seus atos infracionais como modo de satisfazer suas próprias necessidades, simplesmente não se importando com as consequências.