Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Giovanni Torello |
Abril de 2012 - Vol.17 - Nº 4 France - Brasil- Psy Coordenação: Docteur Eliezer DE HOLLANDA CORDEIRO Quem somos (qui
sommes-nous?)
France-Brasil-PSY é o novo espaço virtual de “psychiatry on
line”oferto aos profissionais do setor da saúde mental de expressão
lusófona e portuguesa.Assim, os leitores poderão doravante nela encontrar
traduções e artigos em francês e em português abrangendo a psiquiatria, a
psicologia e a psicanálise. Sem esquecer as rubricas habituais : reuniões
e colóquios, livros recentes, lista de revistas e de associações, seleção de
sites. Qui sommes- nous ? France-Brasil-PSY est le nouvel espace virtuel de “psychiatry on
line”offert aux professionnels du secteur de la santé mentale d’expression
lusophone et française. Ainsi, les lecteurs pourront désormais y trouver des
traductions et des articles en français et en portugais concernant la
psychiatrie, la psychologie et la psychanalyse. Sans oublier les rubriques
habituelles : réunions et colloques, livres récentes, liste de revues et
d’associations, sélection de sites
1) DESTINO DAS CRIANÇAS ADOTADAS Tradução e resenha :Eliezer
de Hollanda Cordeiro Referências: Christine Angiolini : Jornal Le Monde
(10.12.2011) ; L'origine de l'histoire - Paroles d'adoptés from Njaylarage on Vimeo. Muitos psicólogos ,
psiquiatras e psicanalistas já estudaram
‘’os ferimentos das crianças adotadas e as dificuldades das
familias adotantes. Mas o que se passa com essas crianças quando alcançam a
idade adulta? Uma possibilidade é que a ferida original, provocada pelo abandono, cicatrize
graças ao amor da família adotiva e ao sentimento de filiação que ela
engendra’’. Outra possibilidade é que
‘’ os segredos de famílias tornem as feridas ainda mais dolorosas e
lancinantes’’ Para os que foram
adotados, a questão é melindrosa. Muitos
temem nunca poderem se livrar da
etiqueta de criança abandonada. Como se a sociedade considerassem-nos como seres diferentes,marcados na carne com ferro quente.’’ "Quando conto a
alguém que fui adotada,isto provoca frequentement
um mal-estar’’, diz Hélène J., 34 anos de idade, de pais
desconhecidos, adotada aos 3 meses e meio. As pessoas curiosas respondem
quase sempre : Desculpe-me, sinto muito, eu
não sabia.Ora, tive muita sorte de ter sido adotada. Não foi um abandono,
mas uma dádiva". No LeMonde.fr, Laurent , 38 anos, testemunha :
"Fui realmente adotado. Isto me honra e eu não dissimulo este fato, muito
pelo contrário. Mas sobretudo, nunca
agradecerei suficientemente minha mãe
por me ter dado uma família verdadeira. Hoje,sou casado,tenho tres filhos.E sou
são de espírito." Diane Drory, psicóloga, psicanalista
co-autora com Colette Frère do livro Le Complexe de Moïse. Paroles d'adoptés devenus adultes (O
Complexo de Moisés. Palavras de adotados que se tornaram adultos) , realça a
importância de não se estigmatizar as pessoas adotadas. "Se elas puderam superar as duras
provas da adoção, foi graças a incrivel energia vital que possuem. É
preciso ter muita confiança nelas , não considerá-las como vítimas. E não
atribuir-lhes todas as dificuldades que encontram na adoção." "DUPLA LEALDADE" As crianças adotadas
são confrontadas a uma dívida dupla, que os psicoterapeutas de família chamam "dupla
lealadade ". Como explica Nicole Prieur, psicoterapeuta, filósofa e autora de Raconte-moi d'où je viens
(Bayard Jeunesse, 2007) (Conte-me de onde venho), elas recebem a vida da
mãe biológica, e os meios de vivê-la de
maneira digna de sua família adotiva, o que provoca conflitos. "Frequentemente, a criança adotada quer ser leal à
sua família adotiva, respondendo até demais, às espectativas existentes nas outras famílias’’, ajunta
Nicole Prieur. Esta exacerbação da
lealdade nos adotados pode se traduzir
em escolhas profissionais contrariadas,correspondendo mais aos desejos
dos pais do que aos seus próprios desejos. "Conseguir tornar-se um traidor feliz não é nada fácil",salienta
Nicole Prieur. As vezes,as relações dos
adotados com os outros sofrem porque eles precisam evitar conflitos. Enfim,
sobre o aspecto amoroso, alguns vão se interessar por seres que têm as mesmas
feridas, esperando assim reparar suas próprias histórias dolorosas. Entretanto,
Nicole Prieur salienta o perigo de um investimento excessivo do casal e dos filhos pela pessoa
adotada, prejudicando os ajustes necessários ao equilíbrio familiar. A questão das origens
pode ressurgir com muita força, quando ocorrem certos
acontecimentos na vida destas pessoas: nascimentos,
luto, fracasso profissional, ruptura amorosa... No livro, L’enfant et la séparations parentale’’,
Diane DRORY descreve O complexo de Mosés., Ela conta o exemplo de Marie-Claire, que sentiu muito a
ausência de sua mãe biológica quando ela ficou grávida : "Tua ausência, eu domino, eu a sufoco. Porém ,quando meu ventre se torna
mais redondo,eu não suporto mais.. A vida mexe em mim da mesma maneira que ela
mexeu contigo. E você não a enfrentou, você desapareceu." Uma etapa dolorosa,
mas às vezes salvadora : "O fato
de ser mãe e de não abandonar o seu
bebê, repara alguma coisa da história dessas
mulheres." Sem dúvida, os homens vivem menos intensamente uma situação
de abandono(...) mas, quando o pai olha o rosto de sua criança, ele acha por
exemplo que ela parece com ele. Isto lhe faz lembrar, naturalmente, suas
origens’’, diz Diane
Drory. UNE IDENTIDADE Quando envelhecemos, a
questão de saber donde viemos se torna mais insistente. No LeMonde.fr, Claude , 70 anos, adotado aos 2
anos, evoca sua história. "Minha
vida tornou-se agora permanentemente dolorosa,
embora
eu nunca tivesse pensado nisso no
passado. Não suporto mais o grito, o riso, a movimentação duma criança no terraço de um café", contou. Colocamos
tais questões existenciais nesta idade da vida. Ora, na história dos
adotados, existe um pedaço amputado que é preciso restaurar. Os adotados interessam
muito a fotógrafa Hélène Jayet, que criou um projeto fotográfico cujo objetivo é uma exposição , um
webdocumentário e um livro. O projeto
busca apoios para terminar a produção das imagens. Desde a escola das
Belas-Artes (Beaux-Arts), seus dezenhos já
falavam de identidade. Ela fotografava e filmava os adotados, dáva-lhes a palavra. Ela continua lutando para criar um
documentário sobre o assunto. Seus objetivos ? Acabar com
certos clichês ("Os adotados são sempre
infelizes"), ajudar famílias adotivas e, sobretudo, oferecer aos
adotados a possibilidade de falar sobre suas histórias. De fato, os
adotados evocam com muita dificuldades o
que ressentem.A resiliência, esta
capacidade das pessoas a se recobrar ou se adaptar às provações da vida, depende também da criatividade. Entretanto, a resiliência não é adquirida de maneira definitiva.Nossa
identidade está sempre em construção. "A
resiliência do adotado é sem dúvida a
aceitação, como todo o mundo, que a identidade é movediça", salienta ainda Diane
Drory.A " ferida do abandono deu-me muita
força, revindica Hélène Jayet. É
esta força que dá uma grande sensibilidade aos adotados e uma abertura
ao mundo." 2.A CLÍNICA DEVE SEMPRE PRIMAR SOBRE A PARACLÍNICA O Doutor Luc Diaz, psiquiatra
exercendo na cidade de Montpellier, destacou-se ao escrever um pequeno mas
convincente e refletido comentário sobre o exercício da psiquiatria e a
formação dos psiquiatras.Isto aconteceu Lembro-me agora, com pavor, a ordem que o radiologista pronuncia de maneira ritual em nome de sua técnica: ‘’Não respire mais!’’ 3)REUNIÕES E COLÓQUIOS JUNHO 2012 *Paris, (nos dias 6 e 7). L’Association Française de Psychiatrie organiza um colóquio sobre o tema “Les mécanismes d’hérédité en psychiatrie”. Informações e inscrições: Telefone; 01 42 71 45 11 Internete: contact@psychiatrie-française.com , site internete: www.psychiatrie-française.com JULHO 2012 *Suze-LA-ROUSSE (Drôme provençale) (nos dias 6 e 7). L’Association Française de Psychiatrie organiza o encontro ‘’Science et psychiatrie’’. Informações e inscrições: Telefone; 01 42 71 45 11 Internete: contact@psychiatrie-française.com , site internete: www.psychiatrie-française.com NOVEMBRO 2012 *Paris( nos dia 16). L’Association Française de Psychiatrie organiza um colóquio sobre o tema: ‘’La psychiatrie à l’âge d’or de l’islam’’. Informações e inscrições: Telefone; 01 42 71 45 11 Internete: contact@psychiatrie-française.com , site internete: www.psychiatrie-française.com 4) REVISTAS LA
REVUE FRANÇAISE DE PSYCHIATRIE ET DE PSYCHOLOGIE MÉDICALE MISSION NATIONALE D’APPUI EN SANTE MENTALE *ASSOCIATION FRANÇAISE
DE PSYCHIATRIE ET PSYCHOLOGIE LEGALES (AFPP) *ASSOCIATION
FRANÇAISE DE MUSICOTHERAPIE (AFM) *ASSOCIATION
FRANÇAISE DE THERAPIE COMPORTEMENTALE ET COGNITIVE
(AFTCC) *ASSOCIATION DE LANGUE
FRANÇAISE POUR L’ETUDE DU STRESS ET DU TRAUMA (ALFEST) *ASSOCIATION DE FORMATION ET DE RECHERCHE DES
CELLULES D’URGENCE MEDICO PSYCHOLOGIQUE (AFORCUMP)
|