Volume 22 - Novembro de 2017 Editor: Giovanni Torello |
Junho de 2012 - Vol.17 - Nº 6 Artigo do mês
USO RACIONAL DE ANTIDEPRESSIVOS
Carlos Alberto Crespo de Souza “O fato de
ser humano significa reagir naturalmente com sentimentos de tristeza a eventos
negativos na vida pessoal. Quando os sintomas de tristeza não possuem uma causa
aparente ou são extremamente desproporcionais à causa aparente (...) algo
importante no funcionamento humano está errado”. Spitzer in: Parker e
Brotchie 1 1.
INTRODUÇÃO. As substâncias ou drogas denominadas de “antidepressivos”
têm se mostrado ao longo de mais de cinquenta anos bem mais independentes em
seus efeitos clínicos que teorias propostas em sua fundamentação ou
especificações hoje mais conhecidas. O fenômeno observado com essas substâncias está a nos
mostrar como que a criatura criada pelo criador adquiriu vida própria e se
desvinculou quase que completamente dos propósitos de sua criação. Como nosso
conhecimento sobre suas ações ainda é insuficiente, temos de reconhecer, com
humildade, que os achados clínicos observados por algum tempo é que têm
demarcado sua presença. A teoria que fecundou sua criação foi ultrapassada,
assim como as especificidades propaladas nos tempos modernos sucumbem a cada
dia em razão da amplitude de seus efeitos. Até há algum tempo possuíamos uma idéia mais ou menos
clara entre os sintomas preponderantes na clínica psiquiátrica, destacando-se
sobremaneira a ansiedade e a depressão. Alguns medicamentos foram introduzidos
no mercado propondo respostas positivas na ansiedade, outros na depressão e
ainda outros mistos, compreendendo ou objetivando aplacar tanto um sintoma como
o outro através da combinação de fármacos. Surgiram, então, os chamados ansiolíticos
e os antidepressivos, além dos com objetivos mistos, rejeitados por grande
parte dos psiquiatras pelo fato de que pudessem mascarar a distinção até então
bem delineada e pela impossibilidade de se saber a quem pertenceria algum
efeito adverso. Entretanto, de acordo com Romildo Bueno, “Já em meados da década de 50 do século
passado, inibidores da monoaminoxidase, de reconhecida eficácia antidepressiva,
eram utilizados para tratamento da ansiedade em diversas situações, e
particularmente em uma delas, denominada por Lopez-Ibor de timopatia
ansiosa, cuja descrição clínica, sem
surpresa alguma, sobrepõe-se ao que
mais tarde foi descrito como ataque de pânico” 2. Bueno identifica, também, em homenagem à história, que
tanto a imipramina quanto a amitriptilina, em doses menores, foram empregadas
com sucesso no tratamento de quadros ansiosos e, num movimento inverso, o
meprobamato, indicado para tratar a ansiedade, foi proposto para o tratamento
de depressões ansiosas Ibid .
Avançando um pouco no tempo, os denominados “ansiolíticos”
na época, representados pelos benzodiazepínicos, perderam seu status pelo
avanço dos mesmos efeitos ansiolíticos dos “antidepressivos”. Termos conhecidos até então foram suplantados
por uma nova ordenação representada pelas classificações diagnósticas a partir
da DSM-III. Entretanto, as raízes psicopatológicas do conhecimento foram
marginalizadas pelo pragmatismo dessa classificação e das outras, em sequência,
que subsidiaram também a CID-10. O binômio ansiedade/depressão passou a ter uma palavra
aparentemente compreensiva, conhecida como comorbidade, sem nenhum significado
psicopatológico, a não ser o de expressar dois aspectos psíquicos do existir. Mesmo
hoje o ser humano segue sendo inexpugnável como um todo, embora a ciência tenha
tentando entendê-lo desde séculos, porém sem jamais conseguir atingi-lo integralmente
em sua existência, como bem dizia Jaspers, um dos mais importantes
psicopatologistas do século passado. De acordo com Verztman, ao apresentar o livro “Psicopatologia
hoje”, de João Ferreira da Silva Filho, a tendência atual da pesquisa
psiquiátrica passou a tentar compreender o ser humano enquanto enfermo sob a
ótica da terceira pessoa, valorizando objetivá-lo por meio de métodos
quantitativos. Com isso, a psicopatologia com ênfase na primeira pessoa –
aquela que coloca no centro de suas preocupações a experiência da subjetividade
– foi suprimida. 3 Embora reconhecendo nossas limitações nas tentativas de
compreender o ser humano, enquanto médicos temos a necessidade de permanentemente
estarmos abertos às novas ferramentas dispostas pela pesquisa ou pela ciência,
incorporando suas descobertas sem deixar, no entanto, de avaliá-las
criticamente. Todo psiquiatra
clínico é sabedor que os compostos antidepressivos são capazes de causar
inúmeros paraefeitos ao serem prescritos. Também há ciência de que a resposta
nos pacientes é muito invidualizada, o mesmo medicamento poderá ser bem aceito
por alguns e rejeitado por outros. Há consenso, igualmente, que determinados
pacientes se mostram refratários a grande parte dos antidepressivos, mesmo em
doses mais elevadas. Grande parte dos psiquiatras sabe que, de um modo geral,
clínicos e colegas de outras especialidades médicas costumam prescrever doses
baixas de antidepressivos, as quais, as mais das vezes, são ineficazes para
debelar os sintomas depressivos apresentados pelos seus pacientes. Nessas ocasiões,
ao que parece, há receio de empregar doses mais consistentes pela ausência de
um conhecimento aprofundado sobre essas substâncias, o que é perfeitamente
natural. Segundo os autores da Revisão das diretrizes da
Associação Médica Brasileira, a depressão é pouco diagnosticada pelo médico não
psiquiatra em grande parte dos países. Em serviços de cuidados primários e
outros serviços médicos gerais, Este artigo tem por objetivo estudar o uso racional dos
antidepressivos ao focalizar aspectos relevantes de seu emprego na clínica
médica, na qual estão incluídos também os psiquiatras. A relevância desse
estudo encontra respaldo no fato corriqueiro de que muitos pacientes abandonam
seu tratamento inicial com esses medicamentos por causa de seus paraefeitos
desagradáveis, desavisados que são, por seus médicos, sobre os sintomas
adversos que podem surgir, ou por não serem reconhecidos como padecentes de
sintomas depressivos. 2.
PREVALÊNCIA E
DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO. De acordo
com a Revisão das diretrizes da Associação Médica Brasileira, os estudos de
prevalência em diversos países ocidentais mostram que a depressão é um
transtorno frequente. A prevalência anual na população em geral varia de O sexo
feminino é duas vezes mais atingido pela depressão do que o masculino. Entre as
mulheres a depressão possui certas características significativas: o seu curso
tende a ser mais prolongado, com quadros crônicos e recorrentes, maior número
de sintomas e somatização, maior resistência ao tratamento e picos de piora em
situações de flutuação hormonal (fase pré-menstrual, gravidez, puerpério e
climatério/menopausa). Cabe lembrar ainda que o quadro depressivo na mulher possa
ser agravado ou desencadeado por endometriose, síndrome dos ovários
policísticos, câncer de mama, períodos peri ou pós-histerectomia ou
ooforectomia, uso de contraceptivos e tratamento para infertilidade 6.
Estudos
recentes sobre a influência de sintomas de depressão na frequência de
complicações pós-operatórias em pacientes submetidos à cirurgia torácica
apontam que aqueles com maior comprometimento depressivo desenvolveram
pneumonia como complicação depois da cirurgia. As alterações no sistema imune e
na resposta inflamatória relatadas nos pacientes padecentes de depressão podem,
potencialmente, aumentar o risco para complicações infecciosas pós-operatórias 7.
Além
disso, esses estudos também identificaram que pessoas jovens com depressão
grave têm maior número de leucócitos totais e granulócitos na circulação
sanguínea. Entretanto, os linfócitos CD56+ delas, além de serem em menor número,
apresentam uma capacidade de defesa reduzida. Os dados clínicos levantados por
pesquisas também mostram que mulheres com depressão leve a moderadamente grave
exibem respostas proliferativas linfocitárias induzidas por estímulo mitogênico
reduzidas, bem como células naturais assassinas (natural killer cells) com menor capacidade citotóxica. Igualmente,
humor depressivo está associado com variações desfavoráveis nas contagens de
linfócitos CD4 e CD8, primariamente no sexo masculino Ibid. Em face de uma prevalência tão expressiva da depressão na
clínica médica, faz-se necessário um conhecimento abrangente sobre o emprego de
antidepressivos, medicamentos disponíveis para tratar tais situações tão
frequentes. A depressão pode estar associada com um número significativo
de outras condições médicas ou pode ser um efeito paralelo de algum
medicamento. Por esta razão, exames laboratoriais rotineiros deverão ser
solicitados durante a avaliação inicial para eliminar outras causas
determinantes dos sinais ou sintomas. Sempre é conveniente lembrar que a anamnese pessoal, o
histórico familiar e uma adequada relação médico-paciente são preponderantes, às
vezes mais elucidativos do que exames ou investigações laboratoriais. Para que haja o devido tratamento impõe-se, inicialmente,
que o diagnóstico de depressão seja realizado. De acordo com a Classificação de transtornos
mentais e de comportamento da CID-10 os critérios de episódio depressivo são os
descritos abaixo 8. Sintomas fundamentais ----------------------------------------------------------------------------------------------------------
1.
Humor
deprimido 2.
Perda
de interesse 3.
Fatigabilidade ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Sintomas acessórios ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1.
Concentração
e atenção reduzidas 2.
Autoestima
e autoconfiança reduzidas 3.
Idéias
de culpa e inutilidade 4.
Visões
desoladas e pessimistas do futuro 5.
Sono
perturbado 6.
Apetite
diminuído Episódio
leve: 2 fundamentais + 2 sintomas acessórios Episódio
moderado: 2 fundamentais + Episódio
grave: 3 fundamentais + > 4 acessórios Um pequeno questionário com perguntas simples
para o rastreamento de depressão, um guia da Associação Britânica de
Psicofarmacologia, é mencionado por Fleck e cols. 4, e abaixo é
descrito: Teste de
duas questões ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 1.
Durante
o último mês você se sentiu incomodado por estar para baixo, deprimido ou sem
esperança? 2.
Durante
o último mês você se sentiu incomodado por ter pouco interesse ou prazer para
fazer as coisas? Sim para
as duas questões: Sensibilidade = 96%. Especificidade = 57% Outros sinais e sintomas existentes num quadro depressivo
igualmente podem conduzir a formulação de um diagnóstico, tais como: 1.
Sentimentos
de tristeza. 2.
Lamúrias,
dores corporais. 3.
Perda
de interesse ou de prazer nas atividades usuais. 4.
Diminuição
ou aumento significativo do apetite. 5.
Ganho
ou perda de peso significativo. 6.
Dificuldade
para conciliar o sono ou sono excessivo. 7.
Agitação
ou irritabilidade. 8.
Fadiga
ou perda de energia. 9.
Sentimentos
depreciativos ou de culpa excessivos. 10.
Pensamentos
de morte ou de suicídio. Na atenção
primária é sob a forma de somatização que mais frequentemente a depressão se
apresenta, com uma prevalência de 16,8% 9. 3.
POSOLOGIA A variabilidade
individual na resposta ao medicamento pode ser atribuída a uma sequência de
múltiplos fatores, tais como: idade, gênero, massa corpórea, funcionamento
renal e hepático, terapia concomitante, natureza da doença, etnia, fatores
genéticos e ambientais 10. Estes
múltiplos fatores identificados na resposta dos pacientes ao uso de
antidepressivos necessitam ser incorporados pelos médicos de maneira que possam
avaliar quais suas condições individuais, escolhendo os fármacos e suas doses
de acordo com as características apresentadas. Além disso, as interações entre
os fármacos empregados de forma concomitante devem ser bem avaliadas. Por outro
lado, as condições existenciais com muita frequência promovem sintomas
depressivos. Inúmeras circunstâncias de vida, familiares, funcionais e de
doenças determinam manifestações clínicas de depressão, as quais, se superadas,
não mais necessitam de medicamentos pertinentes. Isto deve ser considerado com
relevância, pois muitos pacientes perguntam: “- Doutor, até quando devo tomar
essa medicação?” A resposta adequada, tratando-se de uma depressão desse tipo,
antes denominada de “reativa” e que desapareceu nas novas classificações
diagnósticas, poderia ser como exemplo: “- Se você conseguir modificar sua
vida, compreender e superar seus problemas e abrir novas perspectivas não mais será
necessário seguir usando esse medicamento”. Outro
aspecto relevante, algo já observado por autores e por quem atua na clínica
psiquiátrica, está relacionado ao entendimento por parte de pessoas com esse
tipo de depressão de que padecem de um desequilíbrio
químico e que uma droga será capaz de reequilibrá-los de forma completa.
Muitas dessas pessoas minimizam seus estilos de vida, tais como abuso de
álcool, ausência de atividades físicas, compreensão de suas personalidades e de
seus relacionamentos interpessoais turbulentos 11. Esse tipo
de entendimento poderá ser reforçado caso médicos clínicos de outras
especialidades ou mesmo psiquiatras depositem nos medicamentos antidepressivos
efeitos mágicos, capazes de transformar a infelicidade de uma pessoa sem que
ela própria colabore nessa transformação.
É importante assinalar, dentro desse contexto,
que os diagnósticos estabelecidos pelos DSMs da psiquiatria americana, e muito
usados entre nós brasileiros, utilizam critérios não bem definidos, como referem
Parker e Brotchie da Universidade de New South Wales da Austrália. Segundo
esses autores, o modelo do DSM-IV para o diagnóstico de depressão maior é
impreciso por ser dimensional, correndo o risco de gerar tanto um diagnóstico
“falso-positivo” ou avaliações de “falso-negativo”. Com isso, não há
especificidade à depressão maior, à depressão clínica ou mesmo à própria
depressão. Dizem os autores: “Pessoas
tristes terão um humor deprimido, ao passo que distúrbios no apetite e no sono
podem refletir condições (e.g. ansiedade) e estados (e.g. estresse) múltiplos”.
1 Em segundo
lugar, segundo os mesmos autores, algumas das características delineadas pelos
DSMs não são descritas com clareza, e alguns de seus critérios são muito
concatenados. Eles questionam os “sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
ou inapropriada”, uma vez que poderiam estar nessa situação algumas pessoas com
culpa moderada até aqueles com culpa psicótica insuportável. Igualmente, o
“prejuízo” mencionado nessas classificações é operacionalizado como “sofrimento
ou prejuízo clinicamente significativo”. Significativo, perguntam eles, para
quem? Para o clínico em sua observação do outro ou para a própria experiência
do indivíduo? Ibid Os autores
trazem uma importante contribuição a respeito desses critérios mencionando
Horwitz e Wakefield quando afirmaram: “A
recente explosão no número de casos de suposto transtorno depressivo maior
(...) não significa (...) um aumento real nessa condição. Ao contrário, é, em
grande medida, um produto da combinação de duas categorias conceitualmente
distintas, tristeza e transtorno depressivo (...) possibilitada por uma
definição psiquiátrica modificada do transtorno depressivo maior que geralmente
permite que se classifique a tristeza como uma doença, mesmo quando ela não é” Ibid
. Referem ainda esses autores que Spitzer, ao escrever o
prólogo ao livro dos já citados Horwitz e Wakefield, observou que eles
afirmaram “a psiquiatria contemporânea
confunde a tristeza normal com o transtorno mental depressivo, pois ignora a
relação dos sintomas com o contexto em que eles emergem. O diagnóstico
psiquiátrico baseia-se na hipótese de que os sintomas podem por si só indicar
que há um transtorno; essa hipótese permite que as respostas normais aos
estressores sejam mal definidas como sintomas do transtorno” Ibid.
Parker e Brotchie, em seus considerandos sobre uma
revisão das limitações do conceito e do construto da depressão maior, avançam
em sua crítica sobre o seu diagnóstico ao dizer que “Por si só, a depressão maior não fornece nenhuma informação específica
sobre a causa ou os fatores neurobiológicos subjacentes e nenhuma informação
para se avançar na especificidade do tratamento. É um construto estéril com
risco de produzir uma prática clínica estéril, ao passo que sua esterilidade de
pesquisa pouco produz em termos de informações para a prática clínica”. Ibid Deve ficar bem claro que
o conceito de depressão referido no presente artigo é abrangente, corresponde
aos sentimentos das pessoas em suas vivências existenciais no enfrentamento de
condições estressantes, de perdas, de conflitos em seus ambientes de trabalho
ou como resultante de enfermidades. Os outros tipos de depressão, aquelas
entendidas como não justificadas ou desproporcionais aos fatos corriqueiros da
vida diária, devem ser consideradas como atinentes aos cuidados psiquiátricos enquanto
especialistas. O texto
aqui projetado tem por objetivo alcançar não apenas psiquiatras, mas
preponderantemente a clínicos gerais e médicos de outras especialidades. As doses médias e máximas habitualmente
recomendadas entre os vários compostos antidepressivos são enunciadas abaixo,
lembrando que doses menores poderão ser instituídas caso a caso. A posologia diária, no caso de doses máximas, poderá ser
distribuída em duas ou três administrações ao dia. Alguns desses medicamentos
podem ser ingeridos pela manhã, fracionados durante o dia, com alimentação ou
não *, outros com líquidos pela noite **. Embora
a recomendação, lembrar sempre que as doses sempre necessitam ser
individualizadas, fator capaz de modificar essa orientação. Dose Média Dose
Máxima Administração/dia Tricíclicos Imipramina * 75mg
300mg 1 ou 3 x Clomipramina * 75mg 250mg 1 ou 3 x Nortriptilina * 75mg 150mg 1 ou 3 x Amitriptilina ** 25mg
75mg 1 ou 3 x ISRS Fluoxetina * 20mg 60mg
1 ou 2 x Paroxetina * 20mg 60mg
1 ou 2 x Sertralina * 50 mg 200mg 1 ou 2 x Citalopram * 20mg 60mg 1 ou 2 x Escitalopram * 10mg 20mg 1 ou 2 x Fluvoxamina **
50mg 300mg 1 ou 3 x ISRNaS Venlafaxina *
75mg 225mg 1 ou
2 x Desvenlafaxina * 50mg
200mg 1 ou
2 x Duloxetina
* 60mg
120mg 1 ou 2
x Outros IR Maprotilina
* 25mg 75mg 1 ou 3
x Antagonistas de receptor Trazodona ** 150mg
600mg 1 ou 2
x Mianserina
**
30mg 90mg 1 ou 2 x
Mirtazapina ** 30mg 45mg 1 ou 2
x Agonistas dopamina Bupropiona SR * 150mg
300mg 1 ou 2
x Bupropiona XR * 300mg
300mg 1 x ERS Tianeptina * 12,5mg 37,5mg 1 ou 3
x Outros Agomelatina * 25mg
50mg 1 ou 2 x 4.
PRECAUÇÕES E
ADVERTÊNCIAS GERAIS NO TRATAMENTO COM ANTIDEPRESSIVOS. ·
A
possibilidade de uma tentativa de suicídio é inerente aos transtornos
depressivos. O pensamento e a ação suicida podem perdurar até que os efeitos
dos medicamentos determinem seus efeitos, o que, usualmente, leva em torno de
uma semana, 15 dias ou mais. Rigoroso controle nessas situações deve ser observado,
com instruções a familiares ou equipes de enfermagem sobre os eventuais riscos
nessa fase. ·
Alguns
quadros depressivos mostram intensa adinamia inicial. Os antidepressivos podem
alterar esse estado, criando condições para que os padecentes readquiram forças
suficientes às ações suicidas. ·
A
interrupção brusca do tratamento com antidepressivos também pode gerar ou
reagudizar os pensamentos suicidas. ·
Os
antidepressivos podem desenvolver quadros maníacos em padecentes de transtorno
bipolar, promovendo a chamada virada
maníaca. Nestes casos, a administração de um neuroléptico é indicada e
retirada ou diminuições das doses do antidepressivo necessitam ser reavaliadas. ·
Devem
ser utilizados com cautela em padecentes de epilepsia ou com história prévia de
convulsões, notadamente se um anticonvulsivante for retirado. Ajuste de doses,
tanto de um fármaco como de outro, pode ser necessário. ·
Pessoas
em tratamento com compostos inibidores da monoaminoxidade (IMAO) somente podem
receber algum outro medicamento antidepressivo depois de 15 dias de sua
suspensão. Graves repercussões podem advir caso essa lavagem não for feita. ·
De
um modo geral estão contraindicados na gravidez e durante o aleitamento
materno. Malformações podem ocorrer no primeiro trimestre e complicações
significativas para os bebês no pós-parto podem existir se empregados no
terceiro trimestre. O risco/benefício deve ser bem ponderado nessas situações 12.
·
Doses
menores devem ser empregadas em pessoas idosas, em hepatopatas, nefropatas e cardíacos.
Situações mais graves nessas condições podem impedir o uso de antidepressivos. ·
Os idosos possuem chance maior de apresentar efeitos adversos
que ainda podem exacerbar-se por outras doenças concomitantes. Além disso, o
mesmo efeito adverso pode ser mais grave no idoso que em pessoas mais jovens 13,14
. ·
O uso concomitante de dois compostos antidepressivos de mesma
família ou com efeitos semelhantes sobre os neurotransmissores pode gerar a
síndrome serotoninérgica, com sintomas de gravidade. ·
Com
frequência as reações adversas são dose/dependentes, ou seja, quanto maior a
dose diária empregada maior a possibilidade de surgirem os efeitos desagradáveis. ·
Os
antidepressivos devem ser retirados gradualmente ao final do tratamento ou por
ocasião de uma interrupção por motivos variados. 5.
SOBRE OS PARAEFEITOS OU EFEITOS ADVERSOS Sobre os
paraefeitos ou efeitos adversos, três importantes registros merecem ser feitos.
O primeiro diz respeito ao fato de que os laboratórios devem mencionar nos
resultados de suas pesquisas se uma determinada pessoa apresentou vertigem,
como exemplo, numa amostra de 3.000 voluntários pesquisados com aquele medicamento.
Portanto, isso não quer dizer que, necessariamente, todos os que vierem a
utilizar tal ou qual antidepressivo sofrerão vertigens. O segundo
registro, possivelmente mais significativo que o anterior, é que, segundo
pesquisas atualizadas, em torno de um quarto ou metade dos pacientes tratados
com antidepressivos abandona seu uso por causa de seus efeitos adversos 15,16,17,18,19,20,21.
O terceiro registro, de não menos importância, é que efeitos indesejáveis não
conhecidos podem ocorrer numa determinada pessoa em uso de algum composto
antidepressivo. 6. QUAL O
MELHOR ANTIDEPRESSIVO? As
pesquisas têm procurado saber qual ou quais antidepressivos são os mais
indicados em termos de acurácia ou de efeitos benéficos e os paraefeitos desagradáveis
que são capazes de produzir. Os custos e a qualidade de vida também são
avaliados, considerando que a remissão completa dos sintomas é a missão
desejada. Caso os efeitos adversos predominem sobre os benefícios, os pacientes
poderão abandonar o uso, o que implicará num maior risco de
recidiva/recorrência, diminuição da qualidade de vida, aumento da morbidade e
mortalidade 18. De acordo
com vários autores, a segurança e a tolerabilidade dos antidepressivos tiveram
considerável aperfeiçoamento nas últimas décadas, porém seus paraefeitos
permanecem comuns e problemáticos. A maioria dos pacientes tratados com agentes
contemporâneos sofre a experiência incômoda de um ou mais reações adversas. Estes paraefeitos
frequentemente criam barreiras para alcançar a remissão depressiva assim como à
prevenção das interrupções e recorrências. É estimado que um quarto dos
pacientes abandonasse seus antidepressivos por causa das dificuldades em tolerá-los,
e muitos daqueles que permanecem com seu tratamento sofrem diminuição da
qualidade de vida pela convivência com o aborrecimento de seus efeitos Ibid. Tendo como
causa essas circunstâncias, os autores e pesquisadores têm se preocupado em
minimizar esses efeitos deletérios através de estratégias que permitam ajudar
os pacientes a encontrar uma adequada resposta à farmacoterapia 15,16,17,18,19,20,21,22. Zimmerman
e cols. mostraram os resultados de uma pesquisa junto a psiquiatras, através de
um questionário composto por 43 itens, perguntando quais os fatores
determinaram a escolha do antidepressivo administrado a 1137 padecentes de
depressão. As respostas predominantes indicaram que as escolhas foram
influenciadas pela presença de transtornos psiquiátricos associados,
especialmente transtornos de pânico e de ansiedade generalizada, evitação de determinados
paraefeitos, tais como disfunções sexuais e ganho de peso, a presença de certos
sintomas clínicos relativos a outras especialidades e ainda de possíveis
interações com outros fármacos utilizados nessas circunstâncias 23. Cipriani e
cols., em artigo publicado no Lancet, procuraram verificar a eficácia
comparativa e aceitabilidade de 12 antidepressivos de nova geração através de
uma metanálise de tratamentos múltiplos. Informaram que os achados desta
análise se aplicam apenas na fase aguda do tratamento (oito semanas) da
depressão, que não foram avaliados outros desfechos importantes, como efeitos
adversos, efeitos tóxicos, sintomas de descontinuação e funcionamento social. Em seus
resultados, consignaram que, em termos de resposta, a mirtazapina, o
escitalopram, a venlafaxina e a sertralina foram mais eficazes do que a
duloxetina, fluoxetina, fluvoxamina e a paroxetina. Considerando a aceitabilidade,
o escitalopram e a sertralina, o citalopram e a bupropiona foram mais bem
tolerados do que outros antidepressivos de nova geração. Concluíram, também,
que o escitalopram e a sertralina podem ser as melhoras escolhas quando se
inicia um tratamento para depressão maior moderada ou grave, porque têm o
melhor balanço entre eficácia e aceitabilidade. Assinalaram,
igualmente, que a sertralina pode ser a melhor escolha quando se inicia um
tratamento para a depressão maior moderada ou grave em adultos porque ela
possui o balanço mais favorável entre benefícios, aceitabilidade e custo de
aquisição. Além disso, sugeriram que esse fármaco seja utilizado daqui para
diante como referência em ensaios clínicos de novas drogas antidepressivas,
substituindo o placebo 24. Os estudos
de Gartlehner e cols., ao contrário do anterior, evidenciaram que os
antidepressivos de segunda geração não diferem substancialmente quanto à
eficácia ou efetividade. Porém, apresentam diferenças quanto à incidência de
eventos adversos específicos e início da ação. Os autores concluíram ainda que as
comparações atuais entre os antidepressivos de segunda geração possuem
limitações metodológicas e, por isso, não permitem escolhas definidas a
respeito da supremacia de um sobre outro. Assinalaram, também, que as
diferenças relativas ao início da ação e dos eventos adversos podem ser
relevantes para a escolha do medicamento a ser administrado 16, 17. Goethe e
cols., ao seu turno, concluíram que os resultados de seus estudos sugerem que a
contribuição dos paraefeitos para a descontinuação do uso de antidepressivos é
mais complexa do que previamente se supunha 25. Por sua
vez, Gourion assinala que embora os fármacos antidepressivos sejam efetivos em
torno de Esse autor
menciona, também, que estudos clínicos relacionados com o tempo de ação dos
antidepressivos e sua eficácia não detectaram diferenças entre os vários
compostos estudados Ibid. Bueno,
citando a Thase (2008), a respeito da pergunta “- Existem antidepressivos mais
eficazes que outros”? referiu que ele mencionou não haver evidência que permita
afirmar ser um IRSN mais eficaz que um ISRS ou que quaisquer dos dois tenham
maior efeito que a bupropiona, a mirtazapina ou a moclobemida quando utilizados
em deprimidos 27. O Colégio
Americano de Médicos Clínicos desenvolveu um guia para apresentar as evidências
disponíveis no manejo farmacológico dos quadros agudos, de continuação,
manutenção em suas diversas fases nos transtornos depressivos maiores,
distimia, subsíndromes depressivas e monitoramento dos sintomas, tais como
ansiedade, insônia ou manifestações neurovegetativas através do emprego de
antidepressivos de segunda geração. Para tanto, pesquisaram a literatura
publicada entre 1980 e abril de 2007 em várias fontes, como a MEDLINE, EMBASE,
PsychLit, Cochrane Central Register of Controlled Trials e International
Pharmaceutical Abstracts, sobre essa temática 28. A pesquisa
ficou limitada aos estudos em língua inglesa e em adultos maiores do que 19
anos. As palavras-chave da pesquisa incluíram termos para os transtornos
depressivos e 12 antidepressivos específicos da segunda geração, tais como
bupropiona, citalopram, duloxetina, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina,
mirtazapina, nefazodona, paroxetina, sertralina, trazodona, venlafaxina e ainda
os seus respectivos nomes industriais. Este guia graduou as evidências e as
recomendações a ser utilizada pelo Colégio Americano de Médicos Clínicos Ibid. As
recomendações foram as seguintes: 1)
Quando os clínicos optarem por terapia farmacológica para tratar pacientes com
depressão aguda devem prescrever antidepressivos da segunda geração tendo como
base seus perfis de efeitos adversos, custo e as preferências dos pacientes. 2) Que os clínicos avaliem o status do
paciente, a resposta terapêutica e os efeitos adversos da terapia
antidepressiva numa base regular de uma ou duas semanas depois de seu início. 3) Que modifiquem o tratamento caso o
paciente não tenha uma resposta adequada à farmacoterapia dentro de A tudo
considerando, em princípio, pode ser dito que o melhor antidepressivo é aquele capaz de promover a redução ou extinção
dos sintomas depressivos com o mínimo de paraefeitos desagradáveis num
determinado paciente. As diferenças existem em relações aos paraefeitos que
cada um deles é capaz de provocar, e a escolha do antidepressivo deve ser além
de individualizada, considerada segundo seus riscos e benefícios caso a caso. 7. TOXICIDADE DOS ANTIDEPRESSIVOS Zisook e cols. afirmam que transtornos
depressivos maiores não tratados constituem-se num elevado risco de suicídio,
porém alguns dados sugerem que antidepressivos podem estar associados com
aumento das ideações suicidas em determinados pacientes deprimidos 29.
Bodmer
refere que intoxicações com medicamentos estão entre os diagnósticos mais
frequentes entre pacientes admitidos em emergências médicas e em unidades de
tratamento intensivo. Devido a sua particular toxicidade, os antidepressivos
tricíclicos desempenham importante papel a despeito do decréscimo de
incidência. Sua toxicidade inclui inibição da excitabilidade miocárdica, sinais
centrais e periféricos anticolinérgicos e hipotensão arterial. Outras
manifestações podem estar presentes, como arritmia cardíaca, incluindo
taquicardia e fibrilação ventricular, ao lado de sintomas anticolinérgicos
centrais graves tais como agitação, delirium e hipertermia, ameaçadores à
existência. Para esse autor, os antidepressivos inibidores
de recaptura da serotonina e os atípicos são menos tóxicos, porém podem levar à
síndrome serotoninérgica 30. Tentativas
de suicídio através da ingestão de medicamentos muitas vezes envolvem antidepressivos. Hawton e cols. realizaram estudos em seis
hospitais gerais na Inglaterra e Escócia, entre os anos de 2.000 e 2006,
através da observação de prontuários visando encontrar possíveis mortes por
envenenamento e/ou tentativas frustradas de suicídio com emprego de
medicamentos. De maneira especial analisaram a toxicidade comparativa de
antidepressivos tricíclicos (TCs), inibidores seletivos de noradrenalina (ISRNs),
noradrenérgicos e serotonérgicos específicos (NaSSA) e inibidores seletivos de
recaptura de serotonina (ISRSs) 31. Em seus
resultados observaram que existem amplas diferenças na toxicidade não apenas
entre as classes de antidepressivos, mas também dentro das próprias classes. Os
maiores índices de toxicidade encontrados foram os dos antidepressivos
tricíclicos comparados com a venlafaxina (ISRN) e a mirtazapina (NaSSA), as
quais, por sua vez, mostraram-se mais tóxicas do que os ISRSs. Dentre os
tricíclicos, comparando a amitriptilina e a dosulepin (tricíclico não existente
ou comercializado no Brasil) e doxepina, essas se mostraram mais tóxicas.
Dentro dos inibidores de recaptura de serotonina, o citalopram evidenciou alto
índice de casos fatais quando comparado com os outros ISRSs. Ibid Nelson e
cols., num artigo de 2007, mostraram que, ao revisar os dados do centro
toxicológico dos Estados Unidos (American Association of Poison Control
Centers) desde 2004, encontraram em torno de 48.000 incidências de exposição
aos inibidores seletivos de recaptura da serotonina (ISRS). Em face desta
substancial ocorrência, advogaram a necessidade de criar guias que determinem
as condições clínicas nesses casos, instrumentalizando locais de emergência e postos
de saúde para que possam aprimorar a recuperação dos pacientes comprometidos.
Desta forma seriam evitadas internações desnecessárias, redução no custo da
saúde e rupturas na vida das pessoas e de seus cuidadores 32. Segundo
suas ideias, as guias a serem elaboradas conteriam as principais recomendações
no manejo inicial dos pacientes com suspeita de terem ingerido um ISRS, e
consistiriam: 1)
Descrição
do processo pelo qual a ingesta de um ISRS pode ser manejada. 2)
Identificação
dos elementos chaves decisórios em seu manejo. 3)
Recomendações
claras e práticas que reflitam o estado corrente do conhecimento, e 4)
Identificação
de necessidades para pesquisa. Concluindo,
os autores, de um modo geral, enfatizaram que seus resultados são relevantes na
decisão de prescrever um antidepressivo, especialmente para pessoas de risco e
para assegurar uma orientação segura. 8. REFERÊNCIAS 1. Parker G, Brotchie H. Depressão maior suscita
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inhibitor poisoning: An evidence-based consensus guideline for out-of-hospital
management. Clin Toxicol (Phila). 2007 May; 45(4): 315-32. * Em virtude da extensão
do tema, outros artigos, em sequência, complementarão o estudo que poderá ser
encontrado na íntegra no livro “O uso de antidepressivos na clínica médica”,
Porto Alegre: Sulina, 406 p., coordenado por Crespo de Souza. Endereço
p/correspondência: [email protected]
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