Outubro de 2005 - Vol.10 - Nº 10
Artigo
do mês
ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO:
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DA
SEROTONINA
Paulo José R. Soares
Com esse nome, designamos a fluoxetina, a paroxetina, a sertralina,
a fluvoxamina e o citalopram 2. A fluvoxamina é
um inibidor seletivo da recaptação da serotonina antiobsessivo,
que por vezes é usado no tratamento da depressão 1.
Como classe, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina
inibem a recaptação pré-sináptica da recaptação da serotonina, e
deste modo aumentam a disponibilidade da serotonina sináptica 1,2.
Causam efeitos adversos como os antidepressivos tricíclicos,
mas apresentam uma tolerabilidade bem maior que estes 3.
Embora compartilhem o principal mecanismo de ação, os inibidores
seletivos da recaptação da serotonina são estruturalmente distintos,
com significativas diferenças no perfil farmacodinâmico e farmacocinético
2. A potência da inibição de recaptação da serotonina
é variada, assim como a seletividade por noradrenalina e dopamina
2. A sertralina e a paroxetina são os mais potentes inibidores
da recaptação 2. A potência relativa da sertralina em
inibir a recaptação da dopamina a diferencia farmacologicamente
dos demais inibidores seletivos da recaptação da serotonina 2.
A afinidades pelos neuroreceptores difere muito 2. Mais
ainda, a inibição da sintetase óxido-nítrica pela paroxetina, e
possivelmente por outros inibidores seletivos da recaptação da serotonina,
pode ter efeitos farmacodinâmicos significativos 2. Citalopram
e fluoxetina são misturas racêmicas de diferentes formas que possuem
perfis farmacocinéticos e farmacodinâmicas variados. A fluoxetina
possui metabólito de ação prolongada e farmacologicamente ativo
2. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina
também possuem perfis farmacocinéticos variados, que incluem ½ vida,
farmacocinética linear versus não linear, efeito da idade
em sua eliminação e no seu potencial de inibir isoenzimas metabolizadoras
de medicamentos do citocromo P450 2. Estas diferenças
farmacológicas e farmacocinéticas sustentam as diferenças clínicas
cada vez mais importantes dos inibidores seletivos da recaptação
da serotonina (Tabela 1-1) 2.
TABELA 1-1: PERFIL FARMACOLÓGICO DOS INIBIDORES
SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA 2
|
Parâmetro
|
Fluoxetina
|
Paroxetina
|
Sertralina
|
Citalopram
|
Fluvoxamina
|
½ vida
|
Fluoxetina 5 dias Norfluoxetina 15
dias
|
10 horas (agudo) 21 horas (crônico)
|
26 horas
|
33 horas
|
10 horas (agudo) 15,6 horas (crônico)
|
Atividade dos metabólitos
|
Inibição de recaptação e de isoenzimas
|
Sem inibição de recaptação; inibição
de isoenzimas desconhecida
|
Sem inibição de recaptação; leve inibição
de isoenzimas
|
Sem inibição de recaptação; leve inibição
de isoenzimas
|
Sem inibição de recaptação; mínima
inibição de isoenzimas
|
Steady state
|
6 - 8 semanas
(maior em idosos)
|
7 dias
(maior em idosos)
|
7 dias
|
7 - 14 dias
(maior em idosos)
|
7 dias
(maior em idosos)
|
Inibição de isoenzimas
|
|
CYPSD6
|
Substancial
|
Substancial
|
Leve
|
Leve
|
Leve
|
CYP1A2
|
Mínima
|
Mínima (?)
|
Mínima
|
Leve
|
Substancial
|
CYPA3/4
|
Leve
|
?
|
Mínima
|
?
|
Moderada
|
CYP2C19
|
Leve
|
?
|
Mínima
|
Mínima
|
Substancial
|
Farmacinética
Todos os inibidores seletivos da recaptação da serotonina
apresentam alta ligação às proteínas (fluvoxamina e citalopram em
menor grau).
A fluoxetina é a única que apresenta metabólito com atividade
clínica significativa (inibição da recaptação de serotonina e inibição
de isoenzimas do citocromo P450), a norfluoxetina 2.
A ½ vida prolongada da fluoxetina e da norfluoxetina e o tempo necessário
para se atingir o estado de equilíbrio apresentam significado clínico,
como a maior latência para o início da ação antidepressiva 2.
As concentrações plasmáticas de sertralina e citalopram são proporcionais
às doses administradas (farmacocinética linear), o que não ocorre
com a fluoxetina, paroxetina e fluvoxamina cuja farmacocinética
não é linear 2. Estes inibidores seletivos da recaptação
da serotonina diminuem seu metabolismo por ação inibitória dose-dependente
das isoenzimas do citocromo P450 (CYP), o que significa que aumentos
da dose administrada de fluoxetina, paroxetina e fluvoxamina levam
a aumentos desproporcionais nos níveis plasmáticos, ½ vida e possivelmente
efeitos colaterais 2.
Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina são rapidamente
absorvidos, sofrem menos efeito do metabolismo de primeira passagem
e ligam-se fortemente à proteínas plasmáticas, todos (em menor grau
a fluvoxamina) deslocam outras drogas da ligação protéica, aumentando
seu nível plasmático 2.
Metabolizados primariamente no fígado, todos os inibidores seletivos
da recaptação da serotonina afetam as enzimas metabolizadoras do
citocromo P450 (em menor proporção a sertralina) e podem comprometer
o metabolismo de outras drogas metabolizadas por este sistema 2.
A paroxetina e a fluoxetina são os inibidores mais potentes do sistema
IID6, seguidas da fluvoxamina, sertralina e citalopram 1.
Tem-se demonstrado que a fluoxetina e a paroxetina diminuem o seu
metabolismo com o tempo 2.
O pico plasmático da sertralina aumenta em 30% quando o medicamento
é ingerido com alimentos pela diminuição do metabolismo de primeira
passagem 2.
Ações adversas
Em função de sua ação seletiva, apresentam um perfil mais
tolerável de ações adversas, existindo também diferenças entre os
principais efeitos colaterais dos diferentes inibidores seletivos
da recaptação da serotonina 2. De um modo geral, as ações
adversas mais freqüentemente relatadas são:
- náuseas 2, vômitos 2, dores
abdominais 1,2, diarréia 2;
- agitação 1,2, ansiedade 1,2,
agitação 1,2, insônia 1,2, ciclagem para
a mania 2;
- cefaléia 1, tonteiras 1, fadiga
2, tremores 1,2, efeitos extrapiramidais
2;
- xerostomia 1, sudorese 1;
- perda ou ganho de peso 1,2;
- disfunções sexuais 1,2;
- reações dermatológicas 1,2.
Com o tempo a náusea, a agitação e a cefaléia tendem a desaparecer.
Infelizmente a habituação é menos freqüente com as disfunções sexuais
induzidas pela medicação 1.
Sintomas somáticos, função sexual e peso devem ser investigados
antes do início da medicação 3.
Efeitos gastrointestinais. Os efeitos anticolinérgicos
da paroxetina podem levar a uma maior incidência de constipação
intestinal em detrimento da diarréia 2. Maior incidência
de diarréia com sertralina em relação à fluoxetina e ao citalopram
2.
Efeitos psiquiátricos. A fluoxetina parece estar
mais relacionada ao aparecimento de efeitos colaterais como agitação,
insônia, ansiedade, ciclagem para mania e agitação 2.
Entretanto, outros inibidores seletivos da recaptação da serotonina
podem apresentar os mesmos efeitos com o emprego de doses mais elevadas
2.
Alterações de peso. A sertralina está associada
a uma discreta perda de peso no início do tratamento 2.
A fluoxetina parece mais potente na inibição do apetite com maior
perda de tempo no início do tratamento 2. A paroxetina
e o citalopram estão associados a ganho de peso 2.
Disfunções sexuais. O uso de inibidores seletivos
da recaptação da serotonina está associado principalmente a retardo
ejaculatório nos homens e anorgasmia nas mulheres 1,2.
Inicialmente estimava-se uma incidência de problemas sexuais associados
ao uso da fluoxetina em 1,9%, mas hoje os estudos sugerem que este
número possa chegar a 75% 3. A paroxetina está associada
a uma maior incidência desses efeitos colaterais, o que poderia
ser explicado por sua potência na inibição da recaptação da serotonina
e sua mínima atividade dopaminérgica 2. Para melhorar
estes sintomas a dose deverá ser reduzida, a estimulação sexual
aumentada ou associado bupropiona, ciproeptadina, amantadina ou
ioimbina 1. A mudança de antidepressivo para nefazodona,
bupropiona ou mirtazapina, que comprometem menos a função sexual
1.
Síndrome serotoninérgica. A seletividade de ação
dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina que explica
a redução do perfil de efeitos colaterais pode, por outro lado,
aumentar o risco de interação com outras substâncias que afetem
a transmissão serotoninérgica, levando ao aparecimento de sintomas
que freqüentemente são descritos como síndrome serotoninérgica 2.
Os sintomas podem aparecer nos casos de intoxicação por inibidores
seletivos da recaptação da serotonina ou mesmo com o emprego de
doses terapêuticas de substâncias serotoninérgicas associadas, tais
como antidepressivos tricíclicos, inibidores da MAO, inibidores
seletivos da recaptação da serotonina e lítio 2. Também
podem ocorrer na troca de medicamentos quando não se observa o período
de wash-out adequado para a total eliminação da droga. Foram
descritos: alterações cognitivas e do comportamento (confusão mental
1,2, hipomania 1,2, agitação psicomotora 1,2),
do sistema nervoso autônomo (diarréia 1,2, febre 2,
sudorese 1,2, alterações na pressão arterial 2,
náuseas 2, vômitos 2) e neuromusculares (mioclonias
1,2, hiperreflexia 1,2, incoordenação motora
1,2 e tremores 1,2). O quadro pode evoluir
até o coma 1; ocorre em decorrência do comprometimento
dos autoceptores 5HT1a do tronco cerebral que origina
um aumento na biodisponibilidade da serotonina 1.
Indicações
Sua eficácia no tratamento das depressões leves a moderadas está
bem estabelecido, constituindo as drogas de primeira escolha. Os
trabalhos comparativos com os antidepressivos tricíclicos no tratamento
das depressões severas ou melancólicas são contraditórios 1.
Princípios para utilização
Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina têm uma janela
terapêutica larga e são mais seguras que os antidepressivos tricíclicos
em caso de overdose. A noção de que não possuiriam efeitos colaterais
é errada, mas limitam bem menos que os antidepressivos tricíclicos
1.
A medicação é tomada pela manhã, com alimento para reduzir a
náusea. Uma minoria de pacientes apresenta sedação, principalmente
com doses maiores, e devem usar a medicação ao deitar. Todos os
inibidores seletivos da recaptação da serotonina podem ser ministrados
em dose única, exceto a fluvoxamina 1.
Quando o paciente apresentar uma resposta parcial, pode ser tentada
uma potencialização com a associação a antidepressivo tricíclico
ou a bupropiona 1.
No início do tratamento de pacientes muito ansiosos, pode haver
piora da ansiedade e do nervosismo. O tratamento deve ser iniciado
com doses baixas (por exemplo, 10 mg/dia de fluoxetina ou
paroxetina ou 25 mg/dia de sertralina) elevando-se a dose gradualmente.
A associação com um benzodiazepínico no início do tratamento pode
ajudar a reduzir o nervosismo inicial 4.
Uso na gestação e lactação. Não há evidências de
teratogenicidade em seres humanos 2. Foi relatada maior
incidência de partos prematuros com o uso de inibidores seletivos
da recaptação da serotonina no terceiro trimestre de gestação 2.
Foram observados sintomas de abstinência em neonatos, tais como
tremores, irritabilidade, inquietude e nervosismo (no caso da fluoxetina
estão relacionados a níveis plasmáticos de fluoxetina e norfluoxetina)
2. A fluoxetina e o citalopram são distribuídos para
o leite materno em níveis terapêuticos e seu uso em lactentes não
é recomendado 2. O lactente pode receber até 17% da dose
materna da fluoxetina 2. Com a sertralina, a paroxetina
e a fluvoxamina as concentrações encontradas são muito pequenas,
entretanto deve se pesar as relações de custo benefício de seu uso
2. Para os demais inibidores seletivos da recaptação
da serotonina não há estudos conclusivos em humanos 2.
Uso em hepatopatas. A redução na metabolização dos
inibidores seletivos da recaptação da serotonina em hepatopatas
pode implicar na necessidade de utilização de doses mais baixas
2. Pacientes com cirrose alcoólica apresentam depuração
reduzida de fluoxetina, sertralina e fluvoxamina 2.
Interações medicamentosas
Ver Tabela 1-2.
TABELA 1-2: INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS
DOS INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA
2
|
Medicamento
|
Exemplos
|
Interação - efeitos
|
Anorexígenos
|
Fenfluramina, dextro-fenfluramina,
fenteramina
|
Aumento de efeitos serotoninérgicos.
Relato de casos de mania e psicoses
na associação.
|
Ansiolíticos
Buspirona
Benzodiazepínicos
|
Alprazolam, bromazepam, diazepam
|
Podem potencializar o efeito antiobsessivo.
O efeito ansiolítico da buspirona pode
ser antagonizado.
Aumento dos níveis séricos de buspirona
(3x) pelo fluvoxamina.
Aumento dos níveis de alprazolam, bromazepam
e diazepam pela fluvoxamina e pela fluoxetina devido
à inibição do metabolismo.
Pequena diminuição (13%) na depuração
do diazepam foi relatada com a sertralina.
Perda progressiva da atividade antidepressiva
dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina
na associação com a buspirona em função da hiperestimulação
dos receptores 5HT1A, com diminuição de sua
sensibilidade e de sua quantidade na membrana pós-sináptica
dos neurônios serotoninérgicos. 5
Aumento da sedação e prejuízo psicomotor
e da memória.
|
Antiarrítmicos
|
Propafenona, flecainida,
|
Aumento do nível plasmático de antiarrítmicos
devido à inibição do metabolismo.
|
Antibióticos
|
Eritromicina
|
Aumento do nível plasmático do citalopram
devido à inibição do metabolismo via CYP 3A4
|
Anticonvulsivantes
|
Barbitúricos
Carbamazepina, fenitoína
Valproato, ácido valpróico, divalproato
|
Inibição do metabolismo de barbitúricos
pela fluoxetina.
Diminuição dos níveis plasmáticos de
inibidores seletivos da recaptação da serotonina por
indução enzimática.
Aumento do nível plasmático de carbamazepina
ou fenitoína por inibição do metabolismo com fluoxetina
e fluvoxamina.
Diminuição dos níveis plasmáticos dos
inibidores seletivos da recaptação da serotonina.
Vida média da paroxetina reduzida em
26%.
Aumento de náusea com fluvoxamina.
Aumento do nível sérico de valproato
(>50%) com fluoxetina.
Valproato pode aumentar o nível plasmático
de fluoxetina.
|
Anticoagulantes
|
Warfarina
|
Perda do controle anticoagulante com
fluoxetina (dados contraditórios)
Aumento de 65% do nível plasmático
de warfarina com fluvoxamina e paroxetina.
Aumento de sangramento.
Aumento da razão protrombina com paroxetina
e sertralina.
|
Antidepressivos
|
Amitriptilina, clomipramina, desipramina,
imipramina, trazodona
|
Elevação do nível plasmático dos tricíclicos
com fluoxetina, fluvoxamina e paroxetina devido à liberação
da fração ligada à proteína e por inibição do metabolismo
oxidativo.
Também pode ocorrer com doses elevadas
de sertralina.
|
Antieméticos
|
Metoclopramida
|
Efeitos extrapiramidais e síndrome
serotoninérgica grave pelo bloqueio dos neurônios dopaminérgicos
do tronco cerebral e aumento excessivo de serotonina
na fenda sináptica. 5
|
Antienxaquecosos
|
Sumatriptano, zomitriptano
|
Possível aumento de efeitos serotoninérgicos.
Exacerbação na enxaqueca relatada na
associação.
|
Antifúngicos
|
Cetoconazol, itraconazol
|
Aumento do nível de citalopram devido
à inibição metabólica via CYP 3A4.
|
Anti-histamínicos
|
Terfenazina, astemizol
|
Relato de casos de sintomas cardíacos,
incluindo taquicardia sinusal intermitente, contração
atrial prematura, dispnéia e hipotensão ortostática
com fluvoxamina e fluoxetina.
Quedas devido à inibição do anti-histamínico
levando a acúmulo de compostos parentes e resultando
efeitos cardíacos (loratidina, certirizina e fexofenadina
são considerados seguros).
|
Antiinflamatórios e corticosteróides
|
|
Hemorragia digestiva alta. 5
|
Antipsicóticos
|
Clorpromazina, flufenazina, haloperidol,
pimozida, clozapina, risperidona, olanzapina
|
Aumento do nível de neurolépticos
(mais do que 100% relatado com haloperidol e fluvoxamina
ou fluoxetina; 2 a 7 vezes com clozapina e fluvoxamina;
76% com fluoxetina e 40-50% com paroxetina e sertralina).
Podem piorar os efeitos extrapiramidais
e a acatisia, especialmente se o antidepressivo é adicionado
logo no curso da medicação neuroléptica.
Efeito somatório no transtorno obsessivo-compulsivo.
Diminuição ou abolição dos efeitos
diferenciados das drogas antipsicóticas atípicas sobre
os sintomas negativos. 5
|
β-bloqueadores
|
Propranolol, metoprolol
Pindolol
|
Diminuição da freqüência cardíaca e
síncope (efeito aditivo) relatada.
Aumento de ações adversas como letargia
e bradicardia com fluoxetina e fluvoxamina devido à
diminuição do metabolismo de β-bloqueadores
(aumento de 5 vezes no nível de propranolol com fluvoxamina).
Aumento no nível de metoprolol (100%)
com citalopram.
Aumento na concentração de serotonina
em sítios pós-sinápticos, aumento no início da resposta
terapêutica.
Aumento na vida média do pindolol (cerca
de 28%) com fluoxetina.
Aumento do nível plasmático com paroxetina
devido à inibição do metabolismo via CYP 2D6.
|
Benztropina
|
|
Aumento do nível plasmático de benztropina
com paroxetina.
|
Bloqueadores do canal de cálcio
|
Nifedipina, verapamil
Diltiazem
|
Aumento de efeitos colaterais (cefaléia,
rubor, edema) devido à inibição na depuração de bloqueadores
de canal de cálcio por fluoxetina.
Bradicardia em combinação com fluvoxamina.
|
Cafeína
|
|
Aumento nos níveis de cafeína com fluvoxamina
devido à inibição do metabolismo via CYP 1A2, a vida
média aumenta de 5 a 31 horas.
Aumento do nervosismo e insônia
|
Ciclobenzaprina
|
|
Aumento dos efeitos colaterais da ciclobenzaprina
com fluoxetina devido à inibição do metabolismo.
|
Cimetidina
|
|
Inibição do metabolismo e aumento dos
níveis de sertralina (aproximadamente 25%) e paroxetina
(aproximadamente 50%).
|
Ciproeptadina
|
|
Relato de reversão do efeito antidepressivo
e antibulímico da fluoxetina e paroxetina.
|
Cisaprida
|
|
Interação com fluoxetina, fluvoxamina
e nefazodona.
Inibição do metabolismo da cisaprida
via CYP 3A4 resultando em aumento dos níveis da droga-mãe
com possível efeito cardiovascular.
|
Claritromicina
|
|
Relato de aumento dos níveis da fluoxetina
com delirium.
|
Depressores do sistema nervoso
central
|
Álcool
Hidrato de cloral
|
Baixo risco de potencialização do efeito
depressor do sistema nervoso central.
A taxa de absorção de fluvoxamina aumenta
com etanol.
Aumento da sedação e dos efeitos colaterais
com fluoxetina devido à inibição do metabolismo do hidrato
de cloral.
|
Digoxina
|
|
Diminuição do nível de digoxina em
185 casos relatados com paroxetina.
|
Diidroergotamina
|
|
Aumento do efeito serotoninérgico com
uso intravenoso - EVITAR.
Uso oral, retal ou subcutâneo pode
ser feito desde com monitorização.
|
Estimulantes do sistema nervoso
central
|
Anfetamina, metilfenidato, pemolina
|
Potencialização do efeito na depressão.
Distimia e transtorno obsessivo-compulsivo
em pacientes com comorbidade de transtorno de déficit
de atenção e hiperatividade.
|
Ginkgo biloba
|
|
Possível aumento de petéquias e sangramentos
devido à combinação do efeito anti-homeostase.
|
Hipoglicemiantes orais (sulfoniluréias)
|
Glibenclamida, tolbutamida
|
Aumento na hipoglicemia relatada em
diabéticos.
Aumento do nível de tolbutamida devido
à redução (até 16%) na depuração com sertralina.
|
Hormônios tireoidianos
|
Triiodotironina (T3-liotironina)
|
Potencialização do efeito antidepressivo.
Elevação sérica de tirotropina e redução
na concentração da tiroxina livre relatados com sertralina.
|
Inibidor da protease
|
Ritonavir
|
Aumento do nível de sertralina devido
à competição pelo metabolismo.
Aumento moderado do nível de fluoxetina
e paroxetina.
Efeitos colaterais cardíacos e neurológicos
relatados com fluoxetina devido à elevação do nível
de ritonavir.
Aumenta o metabolismo sertralina em
25% via CYP 1A2
|
Inibidores da MAO irreversíveis
|
Fenelzina, tranilcipromina
|
Efeito aditivo em depressão resistente.
Aumento dos efeitos serotoninérgicos.
Casos relatados de síndrome hipermetabólica
(serotoninérgica) e morte.
Sugere-se esperar 5 semanas para a
troca.
Relatado aumento do nível plasmático
de tranilcipromina (cerca de 15%) com paroxetina.
|
Inibidores da MAO-A reversíveis
|
Moclobemida
|
Efeito aditivo em depressão resistente,
cuidado com síndrome serotoninérgica.
|
Inibidores da MAO-B
|
L-deprenil,
selegilina
|
Casos de síndrome serotoninérgica,
hipotensão e mania quando combinado com a fluoxetina.
|
Inibidores seletivos da recaptação
de dopamina
|
Bupropiona
|
Efeito aditivo em depressão resistente.
Bupropiona pode reverter as disfunções
sexuais dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina.
Casos de ansiedade, pânico, delirium
e mioclonias têm sido relatados com fluoxetina devido
à inibição do metabolismo da bupropiona (via CYP3A4
e CYP2D6), competição pela ligação protéica e efeito
farmacológico ativo.
|
Insulina
|
|
Relato de aumento de sensibilidade
à insulina.
|
Lítio
|
|
Aumento do efeito serotoninérgico.
Tremores de extremidades e outros efeitos
extrapiramidais. 5
Relato de mudanças no nível e na depuração
de lítio.
Cuidado com fluoxetina e fluvoxamina:
relatadas neurotoxicidade e convulsões.
Aumento dos tremores e náuseas relatados
com sertralina e paroxetina.
Efeito antidepressivo aditivo em depressão
resistente.
|
L-triptofano
|
|
Pode resultar em toxicidade central
e periférica, síndrome serotoninérgica.
|
Narcóticos
|
Codeína, oxicodona, hidrocodona
Pentazocina, tramadol
Dextrometorfano
Metadona
Morfina, fentanila
|
Diminuição do efeito analgésico com
fluoxetina e paroxetina devido à inibição do metabolismo
da substância ativa - morfina, aximorfona e hidromorfona,
respectivamente.
Relato de toxicidade excitatória (serotoninérgica)
com fluoxetina, pentazocina e com paroxetina, sertralina
a tramadol.
Relatadas alucinações visuais com fluoxetina.
Elevação dos níveis séricos de metadona
de 10 a 100% com fluvoxamina.
Aumento da analgesia.
|
Omeprazol
|
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Aumento do nível de citalopram devido
à inibição do metabolismo via CYP 2C19
|
Prociclidina
|
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Aumento do nível de prociclidina com
paroxetina (cerca de 40%).
|
Suco de toranja (grapefruit)
|
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Diminuição no metabolismo da fluvoxamina
e sertralina resultando em aumento nos níveis plasmáticos.
|
Tabagismo
|
|
Aumenta o metabolismo de sertralina
em 25% via CYP 1A2.
|
Tacrina
|
|
Aumento no nível de tacrina com fluvoxamina.
Pico plasmático aumentando até 5 vezes
e diminuição na depuração em 88% devido à inibição do
metabolismo via CYP 1A2.
|
Teofilina
|
|
Aumento no nível de teofilina com fluvoxamina
devido à diminuição do metabolismo via CYP 1A2.
|
Zolpidem
|
|
Relato de alucinações e delirium
quando combinado com sertralina e paroxetina.
|
Bibliografia consultada
- BROQUET, KE. Status of treatment of depression.
South Med. J. 92(9):848-858, 1999.
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- POLLAK,MH & MARZOL, PC. Opciones fármacoterapéuticas
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- SUCAR DD. Fundamentos de Interações medicamentosas.
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|