Volume 8 - 2003
Editor: Giovanni Torello

 

Maio de 2003 - Vol.8 - Nº 5

Artigo do mês

HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA E FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE *

Maria Cezira Fantini Nogueira Martins

I- Humanização da assistência

Frente ao acelerado processo de desenvolvimento tecnológico na área da Saúde, a singularidade do paciente — emoções, crenças e valores — ficou em segundo plano; sua doença passou a ser objeto do saber reconhecido cientificamente e a assistência se desumanizou. 1

A formação do profissional de Saúde, cada vez mais especializada, e suas difíceis condições de trabalho, restringem sua disponibilidade tanto para o contato com o paciente quanto para a busca de formação mais abrangente.

Por outro lado, sabe-se que muitos problemas dos pacientes podem ser resolvidos ou atenuados quando se sentem compreendidos e respeitados pelos profissionais; a falta de acolhimento e de continência a seus aspectos emocionais pode conduzir ao abandono ou à rejeição ao tratamento e favorecer a busca de caminhos sociais alternativos, que ofereçam maior receptividade e compreensão. A relação profissional-paciente tem especial importância no processo de adesão ao tratamento. 2

A atividade assistencial se constitui, para os profissionais de Saúde, em fonte de gratificação e de estresse. São fatores gratificantes: diagnosticar e tratar corretamente; curar; prevenir; ensinar; aconselhar; educar; sentir-se competente; receber reconhecimento. São fatores estressantes: o contato freqüente com dor e sofrimento; lidar com as expectativas dos pacientes e familiares; atender pacientes “difíceis” (não aderentes ao tratamento, hostis, agressivos, depressivos, auto-destrutivos), lidar com as limitações do conhecimento científico.

O complexo processo adaptativo frente aos fatores estressantes inerentes à prática profissional pode tomar diferentes caminhos. O resultado final da exposição à radiação psicológica estressante depende do indivíduo e de seus mecanismos e recursos subjetivos. Assim, poderá haver tanto uma adequada adaptação do profissional dentro dos limites possíveis ou, ao contrário, uma inadequada adaptação, com efeitos indesejáveis tanto no plano profissional como no pessoal. 3

O contato direto com seres humanos coloca o profissional diante de sua própria vida, saúde ou doença, dos próprios conflitos e frustrações. Se não tomar contato com esses fenômenos, correrá o risco de desenvolver mecanismos rígidos de defesa, que podem prejudicá-lo tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Os profissionais da Saúde, por se submeterem, em sua atividade, a tensões provenientes de várias fontes, precisam também receber cuidados (NOGUEIRA-MARTINS, 2002c); cuidar de quem cuida é condição sine qua non para o desenvolvimento de projetos e ações em prol da humanização da assistência. 4

A humanização é um processo amplo, demorado e complexo, ao qual se oferecem resistências, pois envolve mudanças de comportamento, que sempre despertam receio e medo. Os padrões conhecidos parecem mais seguros; além disso, os novos não estão prontos nem em decretos nem em livros, não tendo características generalizáveis pois cada profissional, cada equipe, cada instituição terá seu processo singular de humanização. 5

Alguns projetos de humanização vêm sendo desenvolvidos, já há alguns anos, em áreas específicas da assistência, por exemplo, na saúde da mulher (humanização do parto) e na saúde da criança (Projeto Canguru, para recém-nascidos de baixo peso). Atualmente têm sido propostas diversas ações visando à implantação de programas de humanização nas instituições de saúde, especialmente nos hospitais. Principalmente na assistência pediátrica, várias atividades são desenvolvidas, ligadas a artes plásticas, música, teatro, lazer, recreação.

Impõe-se, porém, uma reflexão: a teia interacional, ou seja, o conjunto das relações que se estabelecem nas instituições — profissional-paciente, recepção-paciente, profissional-equipe, profissional-instituição e outras — está se humanizando?

Há instituições que se dizem “humanizadas”, mas, em alguns desses casos, humanização equivale a melhorias na estrutura física dos prédios. Sem dúvida, são medidas relevantes numa instituição. No entanto, podem ser fatores meramente pontuais se não estiverem inseridos em um processo amplo de humanização das relações institucionais.

Para estabelecermos apropriadamente uma diferenciação entre os tipos ou níveis de Humanização, cabe aqui a diferença entre plano e projeto (CAMPOS, 2000). O projeto é da alçada do subjetivo; tem a ver com as pessoas que participam do processo, portanto, com envolvimento, consensos, conflitos. Plano é o momento técnico de uma atividade. O projeto tem permanência, o plano é uma figura provisória. Para passar a um plano (aplicação técnica), é necessário haver um projeto. Um plano sem projeto é uma mera listagem de objetivos e atividades, que podem ser cumpridos (ou não) de forma alienada.

O risco possível às propostas de Humanização é de não se pautarem em um projeto institucional e ficarem restritas a um plano (da gerência e/ou de uma comissão), transformando-se em uma maquiagem superficial. Somente com a implicação de todas as pessoas que trabalham na assistência direta (de todos os níveis de escolaridade: porteiros, médicos e outros) é que haverá a transformação do tecido institucional.

II- Uma experiência em Programa de Humanização de Hospitais

Face aos inúmeros problemas referentes à pouca atenção oferecida aos aspectos subjetivos da atividade assistencial nos hospitais, o Ministério da Saúde tomou a iniciativa de convidar profissionais da área de Saúde Mental para elaborar uma proposta de trabalho voltada à humanização dos serviços hospitalares públicos de saúde. Esses profissionais elaboraram o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), com o objetivo de promover uma mudança de cultura no atendimento (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) foi criado no ano de 1999, pela Secretaria da Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, com os objetivos de: 6

  • melhorar a qualidade e a eficácia da atenção dispensada aos usuários da rede hospitalar;
  • recuperar a imagem dos hospitais junto à comunidade;
  • capacitar os profissionais dos hospitais para um conceito de atenção à saúde baseado na valorização da vida humana e da cidadania;
  • conceber e implantar novas iniciativas de humanização beneficiando tanto os usuários como os profissionais de saúde;
  • estimular a realização de parcerias e trocas de conhecimentos;
  • desenvolver um conjunto de indicadores/parâmetros de resultados e sistemas de incentivos ao tratamento humanizado.

O PNHAH propõe um conjunto de ações integradas que visam mudar o padrão de assistência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje prestados por estas instituições. É seu objetivo fundamental aprimorar as relações entre: profissional de saúde e usuário, profissionais entre si, profissionais e gestores, hospital e comunidade. Uma das diretrizes do Programa é o desenvolvimento técnico e emocional dos profissionais de saúde, de forma a aperfeiçoá-los para o atendimento ao usuário.

Após a realização, pelo Ministério, de um projeto-piloto com alguns hospitais em 1999 e de uma primeira fase de ação com vários hospitais em 2000, as Secretarias de Estados e Municípios ficaram, no ano de 2001, encarregadas da multiplicação do Programa. Em São Paulo, no nível estadual, a centralização das atividades ficou a cargo da Coordenação dos Institutos de Pesquisa (CIP) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. 7

Foi formado um Grupo Técnico responsável pelo desenvolvimento do Programa, composta por cinco (05) profissionais da área de Saúde Mental. Durante o ano de 2002, o Grupo Técnico realizou os Encontros para a Formação de Grupos de Trabalho de Humanização (GTH), trabalhando com representantes de 40 hospitais da rede pública, com o objetivo de formar o GTH de cada hospital.

Foram ministradas aulas teóricas e realizadas supervisões em pequenos grupos, em encontros mensais, com esses representantes (um ou dois de cada instituição). As aulas teóricas abordaram temas como: Gestão SUS, Aspectos psíquicos nas relações profissionais, Conceito de Humanização, Formação de grupo, Trabalho interdisciplinar.

As supervisões trabalharam com dinâmica grupal, elaboração em grupo dos conteúdos das aulas teóricas, discussões específicas da realidade de cada hospital para a formação do Grupo de Trabalho de Humanização, e orientações pontuais do supervisor a respeito de questões práticas encontradas no dia-a-dia do trabalho de implantação do GTH.

As atividades previstas para o GTH desenvolver nos hospitais são: estabelecer fluxo de propostas entre os vários setores do hospital; estimular iniciativas de humanização; constituir-se como instrumento de integração; propiciar a melhoria das relações institucionais. O Grupo deve, preferencialmente, ser constituído por pessoas motivadas e interessadas e ter em sua composição representantes das várias categorias profissionais existentes no hospital.

Os grupos de supervisão passaram, inicialmente, por atividades que visavam a formação de continência grupal. Numa segunda fase, teve início a troca de experiências entre os representantes dos hospitais. Como o processo de Humanização é singular para cada instituição, não havia um modelo pronto a ser oferecido pela coordenação dos grupos; assim, a troca de experiências e o “pensar em conjunto” foram elementos importantes para o fortalecimento e para o aprendizado dos grupos.

No processo (e na avaliação dos grupos, ao final de 2002), foram observados progressos significativos da maioria dos participantes dos grupos, no que dizia respeito ao entendimento da proposta de Humanização, ao seu fortalecimento  enquanto profissionais responsáveis pelo processo de implantação do GTH.

Foram desenvolvidas várias iniciativas pontuais da Humanização: palestras; teatro; brinquedoteca; instalação de máquina de café e de refrigerante; reformas na estrutura física; caixas de sugestões em vários locais do hospital; mensagens no holerith; faixas, banners; criação de espaço físico para acomodar o usuário em sua espera pelo atendimento; divulgação dos direitos do paciente para os servidores e pacientes; criação de CCI (Centro de Convivência Infantil); organização de festa para filhos de servidores; oficina de pintura.

Foram constatadas várias dificuldades para implantação dos GTH, variando de hospital para hospital:

  • insuficiente apoio da direção do hospital;
  • falta de interessados em compor o Grupo;
  • pouca valorização da proposta de Humanização; oscilação no grupo (entrada e saída de profissionais nos GTH);
  • alta expectativa da instituição com relação ao GTH;
  • necessidade do GTH de ser “reforçado” pela presença do supervisor em visita e/ou palestra ao hospital;
  • falta de compreensão emocional de um ou outro representante dos hospitais a respeito do projeto (encarando-o como mero plano e, conseqüentemente, não conseguindo difundir idéias, propor ações e nem sensibilizar o pessoal do hospital).

Poucas iniciativas no sentido de “cuidar do cuidador” ou propostas de trabalho com as relações interpessoais na instituição foram implantadas nos hospitais participantes do Programa.

A situação que se apresenta até o momento aponta na direção do aperfeiçoamento do programa:

  • por parte do Grupo Técnico, reformulações no método de sensibilização dos profissionais representantes dos hospitais e aperfeiçoamento da comunicação com os diretores;
  • por parte dos gestores, mudanças quanto à oferta de condições psicológicas e materiais aos representantes e aos GTH;
  • por parte dos representantes dos hospitais, um envolvimento efetivo com a proposta.

Além disso, faz-se necessário refletir sobre como mesclar ao processo mais prolongado de transformação da cultura assistencial, o incentivo a medidas de urgência nos hospitais (tais como diminuição de filas, informação adequada, local apropriado para os pacientes e para os familiares) que são condições básicas para a assistência, quanto mais para a assistência humanizada.

Essas são sugestões e considerações para o curto e médio prazo; porém, a longo prazo, outra medida (já sinalizada pelo PNHAH como necessária continuidade ao projeto dos hospitais) é fundamental: o aperfeiçoamento da formação do profissional de Saúde.

Sabe-se que nas áreas da Saúde (Medicina, Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Nutrição e outras), um grande desafio para a implantação de medidas humanizadoras no âmbito assistencial é a sensibilização e preparação dos profissionais. O que se observa é que a maioria dos profissionais não foi formada para o desempenho de uma assistência de caráter humanizador, tendo recebido, muitas vezes, uma adequada carga de conhecimentos técnicos, veiculados, porém, sem o seu necessário complemento e amparo, que é o desenvolvimento da habilidade interacional. (NOGUEIRA-MARTINS, 1996; 2002a)

III - A formação do profissional de Saúde

Algumas medidas se fazem necessárias tanto no nível da formação como no da educação continuada, sempre na busca do aprimoramento da formação do profissional, especialmente do seu papel de “cuidador”.

No aprendizado de papéis novos, tal como o de “cuidador”, é muito importante a atenção ao ambiente de aprendizagem, que deve ter a capacidade de conter o excesso de ansiedade que o aluno tem dificuldade de enfrentar, principalmente no início dos atendimentos, para que ele possa compreender, elaborar e integrar a situação difícil. A criação de uma atmosfera aberta e facilitadora atenua o estresse ligado ao processo de profissionalização; ao contrário, um clima educacional de intimidação tende a agravar o estresse dos alunos (NOGUEIRA-MARTINS, 2001).

Outra iniciativa importante é a inclusão da dimensão psicológica na formação do estudante de cursos da área da Saúde. O trabalho de sensibilização do aluno em relação a aspectos psicológicos - motivações para a profissão, idealização do papel profissional - e às suas reações vivenciais durante o curso é uma medida prioritária. Além disso, conhecimentos teórico-práticos sobre a relação profissional-cliente são imprescindíveis para uma compreensão integrada da atividade assistencial. Uma das formas de operacionalizar a inclusão da dimensão psicológica é a implantação de grupos de discussão e reflexão sobre a tarefa assistencial nos cursos de Graduação e Especialização, onde os participantes possam expor suas dificuldades, angústias e temores ligados ao exercício profissional. Completado o ciclo de formação, a reciclagem sobre os aspectos interpessoais da tarefa assistencial deve ser oferecida em conjunto com a reciclagem técnico-científica (NOGUEIRA-MARTINS, 2002b).

O enfoque na formação humanizada do profissional inclui o da adaptação psicossocial do estudante, que tem o objetivo de contribuir para sua formação integral. Uma importante contribuição nessa direção é a dos programas de recepção a estudantes no início dos seus cursos; o acolhimento dos neófitos é uma medida psicoprofilática altamente positiva. Experiências realizadas com grupos no início de cursos de aprimoramento e especialização têm revelado a importância da formação de um continente grupal, fundamental para o enfrentamento das experiências novas decorrentes da inserção institucional.

Para que o estudante desenvolva apropriadamente sua tarefa de “cuidador”, nada melhor do que passar pela experiência de ser cuidado. Nesse sentido, é de extrema importância o apoio psicopedagógico oferecido pela própria estrutura de ensino, isto é, a criação de um ambiente propício para a discussão de problemas relacionados aos sentimentos e reações que os estudantes têm em sua atividade assistencial, o respeito às dificuldades do aluno e o oferecimento de um modelo de profissional capaz de integrar habilidades técnicas e habilidades interpessoais.

Como parte de um processo amplo de formação profissional com vistas à humanização das práticas assistenciais, é imprescindível considerar também a dimensão pedagógica da função docente; esta, habitualmente, não é priorizada no ambiente universitário, pois, em geral, parte-se do princípio de que o professor que teve uma sólida formação na especialidade em que deve atuar como docente encontra naturalmente os meios para ensiná-la.

A inclusão do conhecimento sobre a natureza humana e o desenvolvimento de atitudes de valorização do homem contribui para a humanização da profissão. A crescente importância dos aspectos psicológicos, sociológicos e antropológicos na área da Saúde torna a inclusão destes conteúdos uma prioridade para os novos currículos. Os conteúdos referentes à história de cada área mostram a constituição dos saberes e técnicas ao longo do tempo, permitindo uma melhor compreensão do presente e o redirecionamento do futuro. As matérias humanísticas contribuem para uma nova abordagem na área da Saúde, preocupada com as tarefas curativa, preventiva e reabilitadora, mas também com a melhoria da natureza humana e o bem-estar social.

O ensino da Bioética é outra meta. A reflexão sobre questões verdadeiramente éticas suscitadas pela vida é o real alicerce de nosso código moral e de nossa conduta. Os conceitos de pessoa, responsabilidade, respeito, verdade, consciência, autonomia, justiça e outros, presentes no cotidiano das práticas assistenciais em Saúde deverão estar interiorizados para que possam nortear e modelar a conduta profissional. Não apenas o paciente deve ser visto como pessoa na totalidade de seu ser, liberto de processos alienantes, mas também o estudante e o profissional.

Em íntima conexão com o ensino da Bioética, encontra-se o da Antropologia. Sendo esta a disciplina que estuda o ser humano como ser cultural, ou seja, em seus valores e seus costumes particulares, trata fundamentalmente da diversidade humana e de como os seres humanos lidam com essa diversidade nas diferentes sociedades, nas sociedades entre si e nos distintos contextos históricos.

Quanto ao ensino de Ciências Sociais em Saúde, fundamental para a formação humanística, um programa mínimo deve levar em consideração dois temas centrais: a organização das práticas em saúde e o processo saúde-doença como processo social, pois a partir desse núcleo se estabelecem subtemas que permitem analisar aspectos culturais, em especial as representações sobre a doença, as políticas de saúde e os movimentos sociais.

No âmbito dos profissionais já formados, as entidades profissionais que atuam nas áreas conselhal (conselhos reguladores e fiscalizadores do exercício profissional), sindical (sindicatos), associativa (associações de classe) e de especialidade (sociedades e associações de especialidades), têm um importante papel na formação, na educação continuada e no aperfeiçoamento dos profissionais da área da saúde.

Convém, finalmente, salientar que toda e qualquer medida modificadora de padrões de comportamento, de atitudes e de valores, como são as propostas de formação humanizada e humanizante, envolve um processo de conscientização e sensibilização, que costuma ser demorado e doloroso. As resistências não são pequenas e, com freqüência, crescem ao longo do processo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. CAMPOS, R.O. (2000) Reflexões sobre o conceito de humanização. Disponível em www.humaniza.org.br
  2. MION JR., D.; PIERIN, A.M.G.; ORTEGA, K.C. (2000) Adesão ao tratamento: importância e perspectivas para o novo milênio. Jovem Médico. Edição Especial.
  3. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001). Secretaria de Assistência à Saúde. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília. Disponível em www.humaniza.org.br
  4. NOGUEIRA-MARTINS, L.A.; NOGUEIRA-MARTINS, M.C.F. (1998) O exercício atual da Medicina e a relação médico-paciente. Rev. Bras. Clin. Terap. 24 (2): 59-64.
  5. NOGUEIRA-MARTINS, M.C.F. (1996) Relação profissional-paciente: um estudo qualitativo. Boletim de Psiquiatria (Universidade Federal de São Paulo): 29(10):14-22.
  6. NOGUEIRA-MARTINS, M.C.F. (2001) Humanização das relações assistenciais: a formação do profissional de Saúde. São Paulo, Casa do Psicólogo.
  7. NOGUEIRA-MARTINS, M.C.F. (2002a)- A experiência de supervisão de hospitais em um Programa de Humanização. Anais do I Congresso Brasileiro: Psicologia Ciência e Profissão. São Paulo.
  8. NOGUEIRA-MARTINS, M.C.F. (2002b) Humanização na Saúde. Revista Ser Médico. 18:27-29. Disponível em www.humaniza.org.br
  9. NOGUEIRA-MARTINS, M.C.F. (2002c) Oficinas de Humanização. In: VILLELA, W.; KALCKMANN, S.; PESSOTO, U.C. (orgs) Investigar para o SUS: construindo linhas de pesquisa. São Paulo, Editora do Instituto de Saúde.

Agradecimentos ao Dr. José da Rocha Carvalheiro e à Dra. Maria Lucia R. Stefanini, pelo apoio para a participação no PNHAH; a Izabel Cristina Rios, José A. Jordão Araujo Ribeiro Neto, Cleusa Abreu e Edna Silva Pinheiro pela receptividade e companheirismo durante a realização das atividades.

  1. A humanização, tal como utilizada neste texto é, portanto, a consideração da relevância dos aspectos subjetivos e intersubjetivos presentes na relação assistencial, seja a relação profissional-paciente, seja a relação instituição-profissionais-pacientes.
  2. É claro que a não adesão envolve, além da relação do paciente com o profissional, fatores relacionados aos pacientes (idade, sexo, estado civil, etnia, contexto familiar, escolaridade, auto-estima, crenças, hábitos de vida), às doenças (cronicidade, ausência de sintomas), aos tratamentos (custo, efeitos indesejáveis, esquemas complexos), à instituição (política de saúde, acesso ao serviço de saúde, tempo de espera, tempo de atendimento). (MION, PIERIN & ORTEGA, 2000)
  3. Irritabilidade, ansiedade, rigidez, negativismo, ceticismo, “humor negro”, construção de uma couraça impermeável a emoções e sentimentos são todos sintomas psicológicos típicos de uma vida profissional tensa e atribulada. Fazer consultas rápidas, colocar rótulos depreciativos, evitar os pacientes e o contato visual, são alguns exemplos ilustrativos de uma inadequada adaptação aos fatores estressantes oriundos da prática profissional. (NOGUEIRA-MARTINS & NOGUEIRA-MARTINS, 1998)
  4. Contratação de profissionais suficientes para atender à demanda da população; aquisição de novos equipamentos médico-hospitalares; abertura de novos serviços, melhoria dos salários, das condições de trabalho e da imagem do serviço público de saúde junto à população são outros objetivos a serem buscados para a melhoria da assistência.
  5. E se não for singular, não será de humanização.
  6. Em 2003, o Ministro da Saúde e sua equipe definiram sete áreas prioritárias de atuação, sendo uma delas a Humanização do SUS; o Programa de Humanização passa a se subordinar, a partir de 2003, à Secretaria Executiva do Ministério.
  7. A partir de 2003, a centralização das atividades será realizada pela Coordenadoria de Recursos Humanos (CRH) da mesma Secretaria.

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